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Astrologia, um velho jogo de se dizer o que não é

Retornamos ao mesmo assunto da última semana: astrologia. Fiquei devendo a vocês as explicações científicas do porquê a astrologia não ser uma ciência e sim uma pseudociência ou charlatanismo, como algumas pessoas dizem.

Aguardei pacientemente a semana toda para saber se haveria mais alguém que viria defender com unhas e dentes a astrologia, mas — para a minha sorte e infelicidade científica — não teve. Mas houve um comentário que eu achei importante compartilhar aqui e ele será o pontapé inicial da nossa conversa.

O comentário em questão, parafraseando, dizia que para os povos antigos a astronomia e a astrologia estavam interligadas, então deveria haver alguma relação entre as ciências. E caiu como uma luva para a nossa conversa de hoje.

Então, vamos lá. Vou dividir o comentário por partes: a primeira será sobre astronomia e astrologia para os povos antigos e a segunda será sobre ambas atualmente.

Para a primeira parte, o comentário da moça está corretíssimo, pois o que aprendemos em história dos povos antigos, sobre como funcionava a civilização deles, plantio e colheita, navegação, calendários e afins, é que sua base estava em ciclos solares e lunares, apenas observacionais. e sim, está ligada a astrologia. Mas, como bem sabemos, sempre há algum curioso insatisfeito com a forma como tudo funciona. Algo que, para ele, precisa de testes, estudos e leis.

Aí entra a astronomia que, até então, caminhava junto com a astrologia. A astronomia surge da necessidade de explicar matematicamente a forma como os ciclos solares e lunares funcionam. Veja que, em momento algum eu falei sobre a astrologia que conhecemos hoje, aquela onde tais ciclos influenciam o comportamento humano.

A astrologia, para os antigos, tinha a ver somente com o comportamento terrestre. Então, por muitos anos, ambas caminharam juntas, visto que a astronomia ditava as leis físicas por trás das observações da astrologia. Mas e agora? Nos momentos atuais?

Hoje não é mais assim, houve uma ruptura completa entre ambas no sentido científico. E aí entra a segunda parte: a relação entre as duas áreas. A astronomia, que é realmente uma ciência, busca entender como o universo funciona, investigar sua física, amparada por leis. Já a astrologia, utiliza-se de dados astronômicos, como as posições e órbitas dos corpos celestes, para relacioná-los à vida humana. Atualmente, essa é a diferença básica entre as duas.

Para um campo do conhecimento ser considerado ciência, precisa seguir tais passos: observação, questionamento, hipótese, experimentação, conclusão e resultados. Não precisa ser necessariamente nessa ordem, mas deve cobrir todos os passos.

A astrologia já não faz observação, deixa isso para a astronomia. Seu questionamento é: como tal evento influencia a vida humana? Após essa pergunta, era de se esperar que houvesse experimentação e resultados, né? Mas não há. Com o questionamento feito, os dedicados à astrologia criam algum tipo de hipótese e não buscam comprová-la. Portanto, hoje, não há como confundir a astrologia com uma ciência.

Concluindo todo esse meu percurso, que começou com um comentário de um post aleatório no Instagram: a astrologia não tem embasamento científico para dizer se o eclipse solar influencia ou não o comportamento humano. E não apenas os eclipses.

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Luiza Moura

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Thaciana de Sousa Santos

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Vinicius Almeida

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