Subnotificações, escassez de dados nas estatísticas epidemiológicas, falhas nos registros de óbitos, são vários os fatores que impedem um dimensionamento confiável do pesado impacto da covid-19 em grupos mais vulneráveis, como a população negra e a população indígena no país. E são aspectos menos ou mais evidentes desse impacto, das mortes e letalidade mais alta da doença à perda de renda e moradia entre esses grupos, que o webinar “Vidas negras e indígenas e a covid-19”, organizado pelo Ciência na rua em parceria com a Rede CoVida e Agência Bori, vai debater nesta quinta-feira, 18 de junho, às 11:00 horas.
Estarão na mesa virtual pesquisadores, ativistas e comunicadores comprometidos com as lutas contra o racismo estrutural da sociedade brasileira e as agressões aos povos indígenas. São Rosane Borges, da Universidade de São Paulo (USP), Emanuelle Goes, do Cidacs-Fiocruz, Daniel Munduruku, do Instituto KUA, Ana Carolina da Hora, cientista da computação e criadora do Ogunhe Podcast, e Gilberto Caetano, editor e roteirista, do Diálogos Afrurbanos.
O webinar é o décimo e último de uma série sobre aspectos fundamentais da covid-19, iniciada em 9 de abril e voltado em especial a jornalistas e comunicadores populares. O link para se inscrever pelo Zoom é https://bit.ly/2YN0G0i. Os interessados podem acompanhar os debates e enviar seus comentários também pelo canal do YouTube do Cidacs/Fiocruz.
Conheça os participantes:
- Rosane Borges é jornalista e pesquisadora, mestre e doutora em Ciências da Comunicação pela USP, ex-coordenadora nacional do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), da Fundação Palmares. Seu campo inclui teorias da comunicação, da filosofia da comunicação, cultura e sociedade, produção audiovisual e multimídia. E a partir da comunicação, vincula-se ao campo das pesquisas sobre raça, gênero e problemas brasileiros. Tem vários livros publicados, entre eles, Esboços de um tempo presente, Mídia e Racismo, Jornal: da forma ao discurso, Rádio: a arte de falar e ouvir e Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro.
- Emanuelle Goes é enfermeira, epidemiologista, doutora em saúde pública pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), é pesquisadora do Cidads/Fiocruz-Bahia, Grupo de Trabalho Racismo e Saúde da Abrasco. É blogueira do População Negra e Saúde. Seu campo de estudos inclui racismo e desigualdades raciais em saúde e saúde reprodutiva das mulheres negras.
- Daniel Munduruku é um premiado escritor indígena, autor de 52 livros para crianças, jovens e educadores. Graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia e é doutor em Educação pela USP, com um pós-doutoramento em linguística pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É diretor presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais.
- Ana Carolina da Hora é cientista da computação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) , com ênfase em pesquisa computacional. De Duque de Caxias, tem experiência no Programa Apple Developer Academy de formação de desenvolvedores da Apple para estudantes. Participou da Scholarship Apple WorldWide Developers Conference e, neste ano, do Research Scholarship Youth Program Internet – CGI 2020 . É criadora do Ogunhe Podcast, integrante da Perifa Connection. É desenvolvedora #Merepresenta #TretaAqui #Agoraeahora e voluntária no Pyladies.
- Gilberto Caetano é graduado em publicidade e propaganda pela Universidade Metodista e em roteiro pela Escola Livre de Cinema de Santo André. É editor, roteirista, arte-educador e contista. Produz audiovisual desde a década de 2000. Sócio fundador da produtora Cavalo Marinho Audiovisual, realizou vários filmes, entre ficção, documentário e animação. Atua também na formação através do projeto Jamac Cinema Digital.