Luiza Moura recomenda o videocast ‘Bom dia, fim do mundo’, da Agência Pública
(Esse texto é, também, um agradecimento a alguns jornalistas ambientais que me inspiram e me encorajam a seguir em frente todos os dias. Muito obrigada Eliane Brum, Paulina Chamorro, Giovana Girardi e Dom Philips (23/07/1964 – 05/06/2022). É também por e com vocês que a gente luta.)
Que eu sou meio pessimista em relação ao futuro da humanidade, todo mundo aqui já sabe. Acho mesmo que estamos chegando num ponto de não retorno em relação a crise climática. Na minha família paterna eu sou carinhosamente conhecida como a cavaleira do apocalipse. Mas, dessa vez, não vou falar sobre o fim do mundo, ainda.
Hoje eu quero falar com vocês sobre o novo podcast da Agência Pública, o ‘Bom dia, fim do mundo’, que fala justamente sobre as muitas crises que a nossa geração está enfrentando, inclusive (e principalmente) a crise ambiental. O podcast, que também é um videocast, é feito em parceria com a TV PUC e é apresentando por Ricardo Terto, Marina Amaral e Giovana Girardi (uma das minhas musas do jornalismo ambiental e uma das minhas maiores referências).
O programa estreou há duas semanas e já abordou temas mega relevantes, como a relação do Silvio Santos com o Delfim Netto e a Floresta Amazônica (e sim, a relação existe, sério) e também as queimadas que rolaram no estado de São Paulo e que estão acontecendo no país todo. O trabalho é importantíssimo pra explicitar e trazer para a mídia, com profundidade, as discussões sobre a crise socioambiental que estamos vivendo.
Muitas vezes, as discussões climáticas, ambientais, naturais e sobre meio ambiente só chegam na grande mídia quando acontece uma grande tragédia ou um grande desastre. Mas, como esta coluna tenta mostrar, as questões socioambientais estão muito mais presentes no nosso dia a dia do que é retratado e, por isso, o “Bom dia, fim do mundo” é fundamental para colocar esses temas no centro do debate, trazendo profundidade, dados, pesquisas e excelentes comentários sobre as questões que estamos vivendo.
Por coincidência, na semana passada, eu consegui acompanhar o Seminário de Jornalismo Ambiental do portal O Eco, que também cumpre um papel central nas discussões socioambientais do país. Participar deste seminário, mesmo virtualmente, me fez perceber ainda mais a importância de termos veículos que se dedicam à cobertura de questões climáticas e socioambientais no país. A gente precisa, cada vez mais, trazer essas pautas pro centro do debate, para além de momentos específicos em que ocorrem grandes enchentes, ou secas ou desastres. A população precisa começar a ter acesso a essas informações com mais facilidade, até para popularizar o debate e conseguirmos fazer todo mundo entender que meio ambiente se debate todo dia. E que os efeitos da crise climática vão afetar todo mundo.
Por isso, fica aqui a minha recomendação para todo mundo. Acompanhem o “Bom dia, fim do mundo”. Compartilhem informações verdadeiras e corretas sobre a questão socioambiental. Valorizem o trabalho de jornalistas que cobrem a pauta socioambiental e que, muitas vezes, colocam a própria vida em risco para noticiar tudo que acontece na pauta ambiental desse país. Esse trabalho é simplesmente fundamental.