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São Paulo anuncia nova e mais severa quarentena
Covid-19

por | 6 abr 2020

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, exibe gráfico (foto: GOVESP / FotosPublicas)

Respaldado num grupo de assessores científicos de peso, ao lado do prefeito Bruno Covas, do secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, e do médico infectologista David Uip, que, recuperado da covid-19, reassumiu seu posto de coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus , o governador de São Paulo, João Doria, entre duras críticas aos governantes que não entendem sua obrigação de proteger a vida humana, anunciou que a quarentena prossegue em São Paulo até 22 de abril. O primeiro decreto esgota-se amanhã e, na quarta feira, ele estará de novo no diário oficial.

E prossegue a quarentena com um acréscimo do poder de controle do estado: na capital e nos outros 344 municípios paulistas, doravante, a polícia militar está autorizada a orientar a dispersão de aglomerações e, se não atendida, poderá passar da advertência às medidas coercitivas, chegando até a prisão. “Mas creio que essas não vão ser necessárias”.

Os dados da epidemia em São Paulo, dos resultados obtidos com a decisão de adotar o distanciamento social e, em seguida, o fechamento do comércio e serviços, à exceção dos ligados a atividades essenciais, vis-à-vis os números que teríamos hoje sem a adoção das medidas, foram amplamente mostrados em gráficos bem produzidos e bastante explicados nas quase duas horas da coletiva do governador e equipe. A estrutura hospitalar de São Paulo para atender os desafios que devem crescer nas duas próximas semanas também foi bastante esmiuçada pelos pesquisadores e médicos que se sucederam no microfone.

Em determinada altura da coletiva, David Uip deu o seu depoimento emocionado de paciente que passou duramente pela infecção, com a consciência aguda, nos momentos mais críticos, de que a morte podia estar realmente muito perto. Longamente aplaudido pelos presentes, Uip dissera também que, com sua própria experiência, sabe que vão sair vivo do adoecimento mais grave os pacientes que estiverem sendo atendidos por estruturas muito bem organizadas do sistema de saúde, daí porque é vital seguir no esforço por achatar a curva da contaminação e não colapsar esse sistema.

O prefeito Bruno Covas, que explicaria adiante que não há multas para quem contraria a determinação de fechamento de comércio e serviços não essenciais, e sim, o lacramento do estabelecimento e, em caso de reincidência, a cassação do alvará de funcionamento, reiterou a fala do governador. “Estamos do lado da ciência, das recomendações das pessoas que estudaram a vida inteira para poder orientar o estado e a prefeitura em momento tão desafiador. A vida não tem preço, é o bem mais importante, e é isso que tem que importar para um governante”.

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