Luiza Moura avalia o cenário climático e ambiental para o ano
Caro leitor, cara leitora, feliz 2025!
O ano mal começou e, como diz o pessoal do “Bom dia, fim do mundo”, as trombetas do apocalipse continuam tocando. Já começamos 2025 com vários desafios climáticos. Qual será que vai ser o clima de 2025? Será que vamos ter o compromisso dos países numa aliança internacional que seja firmada na COP 30, em Belém? Ou será que vamos continuar tendo líderes negacionistas e retrógrados? Vamos ter que esperar para ver, mas algumas coisas já podem ser comentadas aqui.
2025 começou com a notícia de que, pela primeira vez, em 2024 a Terra ultrapassou o 1,5 ºC de aquecimento, que é o limite estabelecido originalmente pelo Acordo de Paris. O dado é alarmante e preocupante, estamos caminhando para um estágio de não retorno, em que as condições para a vida humana deixarão de ser seguras.
A gente poderia olhar pra esse dado e pensar: “bom, mas isso vai servir de alerta para os países agirem e tomarem as medidas necessárias, certo?”. Errado. A gente não pode esquecer do avanço da ultradireita global, que muitas vezes nega ou ignora a crise climática. Na segunda feira, dia 20, Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos, o que pode ser uma verdadeira tragédia climática, considerando que ele já negou o aquecimento global inúmeras vezes. Uma de suas primeiras medidas no segundo mandato foi tirar o país — de novo — do Acordo de Paris.
Ah, e vale lembrar que a cidade de Los Angeles, na Califórnia, está há semanas enfrentando um dos piores incêndios florestais da história. Centenas de casas foram destruídas, inclusive em bairros mais nobres, e ainda não há previsão de quando os bombeiros vão concluir controlar cem por cento a situação. É, realmente não vai ser um ano fácil para nós, que dependemos de alianças globais para enfrentar os problemas.
Para não dizer que não falei do Brasil e pra ninguém me acusar de ser pessimista, aqui no nosso país tivemos uma boa notícia climática na semana passada. O presidente Lula vetou jabutis para incentivar usinas de gás e de carvão que o Congresso tentou botar no PL das usinas eólicas offshore — as usinas eólicas que ficam no mar. Ufa! Ao menos um respiro climático, ainda bem.
E, claro, não posso terminar esse texto sem falar sobre ela, a mais esperada de todas: a COP 30, que vai acontecer esse ano em Belém e vai ter um papel importantíssimo na definição dos rumos da política climática internacional dos próximos anos. As decisões que forem tomadas lá vão impactar a todos, e por isso é fundamental garantir que bons acordos sejam feitos e que os países — principalmente os ricos — se comprometam, de fato, a contribuir com o que é necessário.
Ah, e vocês viram quem vai ser o mascote da COP? Ele mesmo, nosso querido Curupira. A COP no Brasil mal começou e já tá dando o que falar.
Pelo bem ou pelo mal, a única certeza que tenho é que 2025 vai ser um ano intenso para todos aqueles que acompanham a questão ambiental e se preocupam com o nosso futuro na Terra. Nos resta torcer para que seja um ano com mais vitórias do que derrotas. Vamos ver.