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2024 – O ano em que as coisas precisam mudar

Olá, leitoras e leitores do Ciência na Rua, feliz ano novo!!! Que 2024 seja um ano excelente para todo mundo. E que seja o ano em que, finalmente, veremos medidas concretas e ações reais para lidar com a emergência climática que já estamos vendo.

Desculpa aí por não fazer um primeiro texto com uma vibe super otimista, mas é que as coisas andam difíceis por aqui. Donald Trump tem se tornado cada vez mais favorito para disputar as eleições dos Estados Unidos, com chances reais de vitória. A volta do negacionista seria uma tragédia completa para os EUA, para os ambientalistas e para o planeta inteiro. Vale lembrar que, durante seu mandato, os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris, esvaziaram organizações internacionais e fomentaram discursos negacionistas de que “não existe aquecimento global”. Ah, e vale lembrar que diversos acionistas, empresários e lobistas do ramo do petróleo ocuparam cargos no governo de Trump, como mostrou a pesquisadora Naomi Klein em seu livro “Não basta dizer não”.

Um texto do portal Observatório do Clima chegou a dizer que as eleições deste ano nos Estados Unidos são o evento climático mais importante de 2024. E eu concordo. Se queremos ter alguma chance de implementar medidas que, de fato, combatam a crise climática, precisamos fazer o possível para impedir a volta de Trump para a presidência.

Bom, mas precisamos também olhar para o Brasil. É janeiro de 2024 e, pela milésima vez nos últimos tempos, as pessoas estão morrendo, desaparecendo e perdendo suas casas por conta de chuvas torrenciais, enchentes e inundações. E não adianta fazer piadinha ou tirar sarro da Ministra Anielle Franco, o racismo ambiental existe, e as consequências da emergência climática já estão sendo sentidas de formas diferentes por pessoas diferentes. São as pessoas negras, pobres, periféricas, vulneráveis e marginalizadas que mais sentem na pele os efeitos do descaso dos governantes e da inação diante da concretude das mudanças climáticas.

Não é novidade nenhuma que chove em janeiro. Todo mundo sabe. E por que ninguém faz nada? Não há estratégia? Plano de adaptação? Alguma proposta para mitigar os efeitos do aquecimento do planeta? Os discursos são lindos, mas temos urgência de ação.

Ah, e não tem como deixar de falar disso, é a cereja do bolo (ou é piada com a cara dos ambientalistas, porque não é possível!): em 2024 teremos a COP 29 que vai acontecer no Azerbaijão. Isso mesmo! Você acertou! Mais um país petroleiro, membro da OPEP e grande defensor do uso de combustíveis fósseis. Penso que, enquanto as grandes reuniões sobre o clima e sobre mudanças climáticas continuarem acontecendo sem a discussão real e urgente sobre uma transição energética justa e democrática, continuaremos nos afogando cada vez (literalmente, em alguns casos).

Acho que, em termos gerais, 2024 vai ser um ano difícil. Nacional e internacionalmente. Temos grandes desafios para vencer, e vale lembrar que 2023 já foi o ano mais quente desde que os registros e as marcações começaram a ser feitos. E é exatamente por isso que será um ano em que os ativistas socioambientais serão fundamentais.

É preciso continuar lutando, pressionando, denunciando e, acima de tudo, é preciso que a gente continue juntos, em busca daquilo que a gente acredita porque, sem isso, eles vão passar a boiada com mais facilidade ainda. E a gente não pode deixar isso acontecer.

Por isso, feliz 2024 colegas ativistas! Que seja um ano de lutas, de conquistas e de vitórias!

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Luiza Moura

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Thaciana de Sousa Santos

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Vinicius Almeida

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