Matheus Brito Da Silva*

Imagem: Observatório Pierre Auger – CC BY-SA 2.0
Você já olhou para o céu e se perguntou sobre o que atinge o planeta Terra, além da luz das estrelas e de corpos como cometas? A Terra é constantemente bombardeada por radiações provenientes do espaço, essas radiações são invisíveis aos olhos. Nós, terráqueos, temos uma espécie de escudo que envolve o planeta e nos protege dessas radiações, esses “escudos” são conhecidos como magnetosfera e atmosfera.
Existem partículas que viajam pelo espaço sideral e conseguem passar pela magnetosfera e adentrar na atmosfera da Terra devido ao seu alto poder de penetração, essas partículas são conhecidas como raios cósmicos e são produzidas pelo nosso Sol e por outros objetos astrofísicos distantes, como outras galáxias e quasares.
Os raios cósmicos são compostos majoritariamente de prótons (núcleos de hélio) e outros núcleos atômicos acelerados e carregados energeticamente. Quando colidem com a os átomos da atmosfera, acontece um fenômeno descrito pelos astrofísicos como chuveiro de partículas. Da atmosfera até o solo, os raios cósmicos interagem com o hidrogênio presente na atmosfera e emitem um fraco flash luminoso, captado por observatórios, entre eles o Observatório Pierre Auger, em Mendoza, Argentina.
Os cientistas estudam os raios cósmicos para compreender de qual lugar do universo eles vêm, como interagem com a atmosfera, sua origem e os efeitos que causam em corpos biológicos. A Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA) estuda como proteger os astronautas dessas radiações que podem atravessar a pele, danificar células e afetar o DNA.
Estudar essas partículas (radiações) pode parecer inútil, mas na tentativa de os cientistas desenvolver um material mais eficiente que consiga proteger os astronautas por um longo período, a sociedade pode se beneficiar, pois um novo material, pode ser aplicado em tecnologias para melhorar a nossas vidas. Para isso, é preciso anos de esforços e investimentos. Como diria Carl Sagan, “Em algum lugar, algo incrível está esperando para ser descoberto.”
*Matheus Brito da Silva é graduando em Licenciatura em Física (FCT-Unesp) e divulgador científico apaixonado pelos mistérios do universo. Escreve quinzenalmente para o Ciência na rua, sempre às segundas-feiras.