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A colisão de partículas e as maravilhas da natureza
Física

por | 5 abr 2021

Matheus Brito Da Silva*

Imagem reconstruída de experimento do CERN com colisão de prótons de chumbo em 2014 (Pcharito – CC BY-SA 3.0)

Olhe ao seu redor, o seu celular, a cadeira em que você se senta, o talher que você usa para almoçar, o seu corpo e tudo o que você toca é constituído por trilhões de átomos. Na Grécia Antiga, por volta de 400 anos a.C. Leucipo e Demócrito se perguntavam: qual é a menor unidade da matéria? Foram eles que cunharam pela primeira vez o conceito de átomo. Para os gregos os átomos eram partículas minúsculas, eternas e indivisíveis. Hoje nós sabemos que o átomo não é uma unidade fundamental da matéria.

Provavelmente vocês viram na escola, no ensino médio, que o átomo possui duas regiões, o núcleo e a eletrosfera, o núcleo é composto por prótons e nêutrons a eletrosfera é composta por elétrons que orbitam o núcleo. Graças aos esforços e inúmeros estudos de cientistas, sabemos que é possível “quebrar” o núcleo atômico. Isso é muito louco, não é? Como os cientistas quebram o núcleo de um átomo e para quê?

Lawrence Krauss um físico norte-americano disse majestosamente: “Cada átomo no seu corpo veio de uma estrela que explodiu. Os átomos da sua mão esquerda e da sua mão direita provavelmente vieram de estrelas diferentes. Essa é, provavelmente, a coisa mais poética que sei sobre física: nós somos poeira estelar.” A todo momento, na natureza, átomos estão envolvidos em diversas reações químicas importantes para a vida, formando novas moléculas usadas em fármacos para tratar doenças, correndo em suas veias e sendo forjados nas fornalhas cósmicas, as estrelas.

O CERN (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear), localizado em Meyrin, perto de Genebra, na fronteira Franco-Suíça, é o maior laboratório de física de partículas do planeta, reúne físicos, físicos teóricos, cientistas da computação, engenheiros, químicos etc, empenhados em entender quais são as partículas fundamentais do universo, como elas se comportam e suas características, para isso, eles colidem partículas a velocidades muito próximas da luz que é de 300 mil km/s.

Quando o CERN faz prótons colidirem, os cientistas são capazes de medir e estudar as partículas que o compõem. Uma analogia boba: quando alguém vai chupar uma laranja, não vai saber se há sementes até cortá-la. A maneira que a física de partículas estuda as partículas é destruindo-as. Hoje sabemos que as partículas fundamentais da natureza são os quarks. Os prótons, por exemplo, são compostos de dois quarks up e um quark down, os nêutrons têm dois quarks down e um up. A física de partículas tem uma espécie de “tabela periódica” que se chama Modelo Padrão da Física de Partículas, onde estão descritas as partículas fundamentais da natureza.

Na medida em que o conhecimento humano e a tecnologia avançam, nossa compreensão da natureza também avança. A qualquer momento uma comunidade de cientistas pode anunciar a descoberta de uma nova partícula.

 

*Matheus Brito da Silva é graduando em Licenciatura em Física (FCT-Unesp) e divulgador científico apaixonado pelos mistérios do universo. Escreve quinzenalmente para o Ciência na rua, sempre às segundas-feiras.

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