Luiza Moura critica o veto do governador de São Paulo à lei que incluiria educação ambiental no currículo das escolas paulistas
O governador Tarcísio de Freitas, na semana passada, vetou o projeto de lei do deputado Guilherme Cortez que previa instituir educação ambiental no currículo das escolas estaduais aqui de São Paulo. O projeto foi vetado de forma total, ou seja, nada do que estava sendo proposto ali vai ser implementado no nosso estado.
Eu não sei em que mundo o governador vive. Será que não é no estado que bateu todos os recordes de queimadas esse ano? Será que não é no estado em que diversas cidades sofreram com chuvas fortíssimas na semana passada? Será que não é no estado em que a capital — São Paulo — tem até agora imóveis e pessoas sem luz, depois de uma chuva que durou menos de uma hora na sexta-feira? Será que o governador Tarcísio acha que não é importante discutir educação ambiental? Ou será que ele é só um negacionista climático mesmo?
A real é que a educação ambiental é fundamental para conscientizar as novas gerações da realidade climática que vivemos. É fundamental para criar uma consciência coletiva sobre as mudanças climáticas, evitando negacionismos. É importantíssimo para ajudar a informar as pessoas sobre desastres ambientais, eventos climáticos extremos e outras situações extremas que se tornarão cada vez mais comuns. Imaginem como seria melhor se as pessoas aprendessem, na escola, a lidar com uma onda de calor. Ou com uma grande chuva. Seria muito importante para toda a sociedade.
E o estado de São Paulo poderia dar esse passo na direção da conscientização ambiental e do desenvolvimento sustentável. Poderia, claro. Mas não vai poder, porque o governador do estado vetou o projeto de lei que iria instituir isso nas nossas escolas. Por isso, daqui em diante eu só vou chamar o governador de “vetador do futuro”. Porque, sim, ele é um exterminador do futuro. Ele está acabando com o nosso futuro todos os dias: vendendo a Sabesp, dando privilégios pro agronegócio, deixando de construir políticas de mitigação e de adaptação.
Mas, mais do que isso: ele também é um vetador de futuros. Porque ele, além de não construir nada, veta toda iniciativa positiva na área ambiental e climática no estado de São Paulo. E uma coisa precisa ficar muito evidente aqui: sim, o governador está acabando com o nosso futuro. Sim, o governador está acelerando o fim do mundo. E, sim, o governador está impedindo que as novas gerações tenham a chance de viver em um meio ambiente saudável e protegido.
O estado de São Paulo, assim como a cidade de São Paulo, está completamente atrasado em relação a políticas ambientais. Não temos cidades adaptadas, planos de prevenção, de controle e de transformação. Nem cogitamos fazer uma transição energética justa e democrática. A descarbonização da economia nem é uma pauta. Ao contrário, regredimos cada vez mais. Privatizando bens públicos, queimando os campos e insistindo em métodos energéticos retrógrados.
E, assim, o governador segue vetando. Vetando planos, vetando projetos. Vetando futuros.