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O Big Bang: uma viagem através do tempo
Astronomia

por | 3 maio 2021

Matheus Brito Da Silva*

Como toda matéria do universo estava contida em um único ponto?

Imagem: Gerd Altmann / Pixabay

Eu, você e toda criatura viva deste planeta estamos vagando pela imensidão do universo, sem um destino. Os planetas bailam pelo tecido do espaço-tempo em singelos movimentos elípticos ao redor do Sol, essa dança cósmica é bela. Nós, humanos, ansiamos por responder perguntas fundamentais que acompanham a humanidade há milênios. De onde viemos? Estamos sós na imensidão cósmica? Qual foi o início do universo?

Tenho um amigo, Leandro, o nome dele, apaixonado por arte e muito curioso sobre os mistérios da natureza. Um dia, estávamos conversando sobre a teoria Big Bang e a beleza de uma teoria científica. Ele me fez uma brilhante pergunta: “Como toda matéria do universo estava contida em um único ponto?”.

A teoria do Big Bang descreve como matéria, espaço, energia e tempo, há 13,8 bilhões de anos, estavam contidas em um “grão” imensamente pequeno, chamado de singularidade. Isso é muito belo, não é?! Em 1927, o físico belga e padre Georges Lemaître propôs para a comunidade cientifica a teoria Big Bang ele a chamava de “hipótese do átomo primordial”, ou seja, que o universo se originou de um “grão”.

Vocês devem se perguntar como os cientistas sabem sobre o passado do universo. Pense comigo, quando uma taça cai da mesa ao chão obviamente ela se quebra, se você reverter o tempo verá a taça intacta sobre a mesa, no universo não é diferente. Olhar para a luz das estrelas e as primeiras luzes do universo é voltar no tempo e obter informações de como o universo era e sua evolução cósmica.

O físico teórico brasileiro Marcelo Gleiser diz: “Toda vez que você olha para o céu, você está olhando para o passado. Como a luz viaja a uma velocidade finita, demora um pouco para a luz de uma estrela chegar aos nossos olhos, então você nunca olha para céu como ele é agora, você olha para céu como era antes. E isso para mim é realmente maravilhoso, porque quanto mais profundamente você olha para o universo, mais próximo do momento da criação você está olhando.”

A natureza é fascinante, nós, humanos, somos capazes de lançar o olhar para as profundezas do cosmos e compreendê-lo, é algo poético. A ciência é como óculos que nos fazem melhor enxergar a realidade. Carl Sagan brilhantemente disse: “A vida é apenas uma visão momentânea das maravilhas deste assombroso universo”.

 

*Matheus Brito da Silva é graduando em Licenciatura em Física (FCT-Unesp) e divulgador científico apaixonado pelos mistérios do universo. Escreve quinzenalmente para o Ciência na rua, sempre às segundas-feiras.

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