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Por Thaciana de Sousa Santos

Em seu texto de número 50 para o Ciência na Rua (viva!!!!), colunista diz acreditar que os roteiristas das disciplinas da graduação de física contam muito  com a sorte

Esta semana eu realmente posso falar das minhas primeiras impressões sobre o início do semestre.

Ainda está tudo muito tranquilo. Em física 4 estamos meio que dando uma continuidade ao conteúdo de física 3, realmente é só o finalzinho, que não cabe no conteúdo programático. É uma disciplina bem extensa, começa com ondas eletromagnéticas, o que tem sido bem tranquilo, porque também é uma extensão de física 2.

Depois terá todo o conteúdo de óptica e como se já não fosse coisa pra dedéu, ainda tem alguma coisinha de relatividade/física moderna. E com o andar da carruagem, parece que vou estar tendo aula até o Natal. Coisa demais para 4 meses.

Em cálculo 4, começamos com algo meio básico, só não é tão básico assim porque não passam no ensino médio, mas cobram nos vestibulares. Nem faz sentido, né? Estou falando dos números complexos. Já não bastasse a catástrofe que é -para muitos- a matemática básica, agora me inventam uma tal de parte real e imaginária, mas é ter muito tempo livre mesmo, viu?

Também tem a disciplina de computação, ela é obrigatória também, e acho que foi a maior decepção do semestre. Achei que ia me tornar uma verdadeira hacker, não ia ter para ninguém, ia programar como nunca. Mas, para minha surpresa, a aula – de computação, claro-  é em uma sala normal, sem computadores, apenas com o professor passando o slide dele no datashow. Esse foi o pior, como que se aprende vendo slide? E o coitado ainda fica tentando dar sentido para as coisas, explicando como memória de tal funciona.

Não é possível uma coisa dessa! E como se já não fosse péssimo, imaginem como que é a prova? Isso mesmo, numa folha de sulfite. Botar os códigos todos lá na folha e orar para estarem certo.

E por último, experimental. Sobre essa disciplina, desde o 1º semestre reclamo que não segue o conteúdo programático de física, o que deveria, né? Já que o nome é física experimental e deveríamos colocar em prática o que vemos em aula. Mas, tá aí, outra surpresa, não é assim. Em alguns pontos até tentam e até funciona, mas nem sempre. Agora mesmo estamos vendo ondas eletromagnéticas em física 4 e, em experimental, já estamos estudando óptica.

Lembram que já aconteceu em experimental 2 de colocarmos fogo nos objetos do experimento por falta, de quê? Conhecimento.

Como nós, que estávamos estudando sobre gases, iríamos saber sobre algo relacionado à eletricidade?

Estamos de volta nesse impasse, e se algo estragar, como saberíamos? Acho que quem faz o roteiro das disciplinas conta muito com a sorte.


Thaciana de Sousa Santos, a Tatá, é estudante de graduação do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e escreve semanalmente para o Ciência na Rua

 

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