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Marcos Nobre aborda a crise política e examina “o octógono do golpe” em debate promovido pela Anpof

Ciência na Rua transmitirá o evento pelo Youtube na quinta-feira, 21, às 19h

A Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof) realiza nesta quinta-feira, 21, às 19 horas, uma roda de leitura em torno de Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro, entre o autor da obra, Marcos Nobre, filósofo e cientista social, e seu colega Érico Andrade. A transmissão será feita pelo canal da Anpof no YouTube e também pelo canal do Ciência na Rua, numa parceria que se estende aos outros três dos quatro debates programados pela associação dentro da iniciativa “Anpof nas eleições 2022”, todos abordando livros que estão sendo lançados neste momento e que guardam estreita relação com o tema.

Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Nobre conversará com Andrade, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e diretor da Anpof, sobre a atualização que faz, no novo livro, de análises já consagradas a respeito do país, a par da indicação de causas e possíveis desdobramentos da política brasileira neste difícil ano eleitoral. O olhar sobre o presente, a quente, é amparado na retrospectiva dos últimos dez movimentados anos da vida política nacional. Assim, como dito no texto de divulgação da Editora Todavia, “do abalo sísmico provocado pelas manifestações de junho de 2013, passando pela operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro, o período é visto à luz das particularidades do sistema político”.

E vale enfatizar: para Marcos Nobre, as instituições da democracia não estão funcionando. “O campo democrático continua jogando amarelinha eleitoral enquanto Bolsonaro monta o octógono de MMA do golpe”, adverte o autor. Ao iluminá-lo, o autor já terá passado em sua refinada interpretação pela ascensão das “novas direitas” e o advento dos partidos e movimentos digitais, desconectados do aparato burocrático das agremiações tradicionais, por um lado, e, de outro, pela ressurgência inesperada da centro-esquerda lulista.

Mas para ele, o estrago, já está feito e o futuro não depende apenas do cenário eleitoral. As forças de extrema direita representadas por Jair Bolsonaro vieram para ficar. “Perdendo ou ganhando a eleição em 2022, o bolsonarismo já ganhou. Derrotá-lo será tarefa para muitos anos.”

Os livros das rodas seguintes, sempre às 19 horas, são esses: Linguagem da destruição: a democracia brasileira em crise, debatido pelos autores Heloísa Starling, Newton Bignotto (ambos professores da UFMG) e Miguel Lago (Universidade Columbia) em conversa com Tessa Lacerda (USP/Anpof), em 24 de agosto; Do transe à vertigem: ensaios sobre o bolsonarismo e um mundo em transição, que será tratado em conversa do autor Rodrigo Nunes (PUC-RJ) com Georgia Amitrano (UFU/Anpof), em 6 de setembro; e Procurando Razões, que será abordado em conversa do autor Waldomiro Silva Filho (UFBA) com Eduardo Vicentini (UFSM/Anpof), em 22 de setembro. As obras foram publicadas respectivamente pela Companhia das Letras, editora Ubu e Edufba.

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