Felipe é um garoto de 8 anos, que mora numa cidade do interior. Por uma dessas trapalhadas do destino, machucou o pé e teve de ficar em casa de repouso. Se a porta da rua se fechou, a porta de um universo novo se escancara nesse momento. Cheio de tempo livre, com a cabeça fervilhando e um espelho nas mãos, o garoto se aventura pelas imagens, pelos reflexos e pelas possibilidades que a óptica e a ciência oferecem.
Toda essa história está no livro Felipe – o menino que refletia, de Fernando Knijnik, lançado no sábado, 03 de março, pela SESI-SP Editora. O autor é professor de física e passou ele mesmo por algo parecido quando criança. “A história é autobiográfica e me lembro bem de eu ali deitado, escrevendo meu nome e vendo que no espelho ele ficava invertido”, conta.
Ele nem sabia que estava experimentando princípios valiosos para a Física, mas lembra que se divertiu muito descobrindo as possibilidades infinitas da reflexão, no sentido do que o espelho mostra e do que a cabeça pode criar.
Knijnik é autor de outro livro, As experiências de Saleb e Setra, o primeiro livro da série Para Gostar de Ciências, que conta as aventuras de dois cubos de gelo. Tem uma matéria do Ciência na rua sobre a obra, você pode ler clicando aqui. Assim como no primeiro volume da coleção, em Felipe, o professor quis, acima de tudo, contar uma história. “A ideia não é ensinar ciências, ou ser um guia de física”, explica, “é narrar uma história, divertida, ilustrada, e que fale da ciência como ela é de verdade: parte da vida, parte das brincadeiras”.
Tanto assim, que conceitos fundamentais receberam um tratamento todo especial para aparecer, mas não como ensinamento e sim como personagens ou ações da história. “Para você ter ideia, a palavra ângulo, fundamental para o entendimento da óptica, não aparece. Procurei outras que fossem importantes para a história de Felipe e não para os conceitos da física”, propõe.
Pela mesma razão, os parágrafos são bem construídos e não poupam ideias nem palavras. “Se fosse um manual, escreveria com bem menos texto”, afirma Fernando Knijnik.
Costurando as palavras, imagens. Muitas. Fotos, para refletir a vida real. Ilustrações, para trazer leveza e iluminar a vida dentro da cabeça dos leitores. “O desenho é uma espécie de brincadeira com imagens. Inspira a criança, aproxima”.
O livro vai agradar meninos e meninas de 4 a 14 anos, pode ser usado dentro e fora da sala de aula e já chama para o próximo volume da série. “Caio caiu, uma história que se equilibra para falar da Lei da Gravidade, que pune o personagem principal”, brinca Knijnik. E como professores de física gostam de desafiar o tempo e o espaço, o autor já revela que Felipe, o reflexivo, vai encontrar Caio. “Só não conto como”, encerra a questão Fernando Knijnik.