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Filosofísica

por | 5 dez 2024

Tatá especula sobre trocar a física pela filosofia

ilustração: @paozinho_celestial

Talvez como todo e qualquer estudante universitário, eu já pensei em trocar de curso. Chega um momento da vida em que ninguém aguenta mais tomar tanta porrada e aceita que nossos sonhos são apenas isso, sonhos.

Todas as vezes que penso em desistir, me pergunto qual seria o meu caminho depois. Eu, com certeza, não pisaria os meus pés em qualquer faculdade de engenharia. Sofrimento tem limite e nunca mais na minha vida iria querer ver uma integral ou derivada.

O direito, de vez em quando, me parece encantador, mas isso só acontece quando assisto série porque quando eu lembro do tamanho do Vade Mecum isso passa. E o tanto de atualização de leis? As Leis de Newton são aquilo e acabou, não tem ninguém mudando nada.

Se eu desistisse hoje de terminar o curso de física, faria filosofia. O sonho da minha mãe, provavelmente seria a medicina, mas visto que eu já desmaiei com a morte de um gato, acho que não tenho estômago para manter uma vida de médica.

Agora, por que filosofia? Eu sempre gostei da linha tênue entre a filosofia e a física. O momento em que o pensamento precisou se unir com a matemática. Eu gosto é disso, não de transformada de Fourier ou série de Taylor.

Acabaram de me falar que talvez eu devesse tentar a licenciatura em Física, e não o bacharelado, já que gosto um tanto mais da história do que da prática em si. E hoje, talvez seja mais aceitável para mim do que era há quatro anos.

O maior problema sempre foi esse negócio de dar aula. Eu não tenho a paciência de Jó, não seria capaz de aturar as brincadeiras do adolescentes, aquela gritaria toda. Eu nunca gostei muito de lidar com grupos grandes de pessoas e por isso, preferi lidar com números.

Quando contei toda a história da separação da astronomia e da astrologia, expliquei como isso aconteceu, que eram uma coisa só até dado momento em que a necessidade de explicar o universo com ferramentas matemáticas se tornou essencial.

Considerado o pai da física moderna, Galileu Galilei aprimorou um telescópio e fez observações que revolucionaram nossa compreensão de cosmo. Isso me lembrou que talvez possamos conversar sobre lentes na próxima semana. Visto que temos lentes em telescópios e, trazendo um tiquinho mais para perto, temos os óculos e um tanto de física por trás. Não é nenhum tipo de milagre ou bruxaria, são dados mesmo.

Mas voltando a Galileu e pensando no último texto que escrevi, ele acreditava que a religião e a ciência poderiam coexistir, mas que cada um tinha o seu domínio: a ciência tratava da natureza, e a religião, da fé.

O ser humano sentiu necessidade de se apegar à um bem maior (talvez para não entrar em colapso nervoso??? Mas só talvez), viver uma vida com um propósito e acreditar em uma entidade mística. Poderia dar certo se houvesse a separação, mas não há.

A Bíblia não deveria ser interpretada de forma literal quando se tratasse de fenômenos naturais, pois o seu objetivo não é ensinar ciência, mas sim trazer uma moral da história (Galileu e eu estamos apertando as mãos nesse momento pois concordamos).

E é por gostar dessa parte um tanto quanto filosófica que a minha primeira opção de curso para uma possível desistência de curso seria essa. Mas se acalmem, isso é apenas um siricotico e logo passa. Já estou pensando até em começar uma iniciação científica. E nada como fazer uma disciplina de Filosofia para resolver essa minha inquietação.

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