Se você digitar “detergente” no site de conteúdos e verbetes Wikipedia vai encontrar referência ao artigo da farmacêutica Ana Carolina Kogawa.
Ela é pesquisadora do Laboratório de Controle de Qualidade de Fármacos e Medicamentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (UNESP), no campus de Araraquara, onde os trabalhos buscam sempre a melhoria da qualidade da saúde da sociedade.
Recentemente, Ana Carolina e a equipe escreveram um artigo que sintetiza e analisa os 100 anos dos detergentes sintéticos, aqueles usados para lavar as mãos, a louça e as roupas. O produto é largamente utilizado no mundo todo, há muito tempo, mas continua suscitando discussões.
Por um lado, “o simples hábito de lavar as mãos com estes produtos contribuiu para a melhora da qualidade de vida e diminuição de inúmeras doenças. Este fato adicionado ao da tecnologia e melhoria contínua de novos produtos, embalagens, marketing, adição de fragrâncias e combinação de elementos funcionais solidificou a permanência dos agentes limpadores”, explica a pesquisadora.
“Por outro lado, existe a problemática que eles causam ao meio ambiente”, segue explicando Ana Carolina . A indústria de produtos de limpeza adiciona aos detergentes fosfatos que potencializam a eficácia da limpeza. “No entanto, quando despejado ou descartado eles também servem como nutriente ao meio ambiente causando a eutrofização das águas”, alerta.
Os fosfatos também são responsáveis pela espuma branca deixada na superfície das águas, o que impede a entrada de luz e oxigênio comprometendo a saúde da vida aquática da região.
Todo esse debate está presente no artigo que saiu no Wikipedia, acontecimento comemorado por toda a equipe do Laboratório e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP. O motivo é nobre: “A divulgação ampla em ‘ferramentas democráticas e multilíngues’ como a Wikipédia, que disponibiliza os conteúdos livre e universalmente, contribui para o desenvolvimento de nossa sociedade. Assim, nós pesquisadores oriundos de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, objetivamos o livre acesso ao avanço acadêmico-científico”, defende Ana Carolina Kogawa.
Por fim, a pesquisadora dedica o trabalho aos 95 da Faculdade de Farmácia e lembra que a popularização da ciência e do conhecimento científico, como o que aconteceu agora com seu artigo, permite a reflexão sobre as consequências e colabora com a integração do ser humano com o meio ambiente, influenciando novos modelos de sociedade e reconstruindo diariamente a maneira de viver das comunidades.