Matheus Brito Da Silva*
O jipe Perseverance e o drone Ingenuity, em representação artística (Ilustração: NASA/JPL-Caltech)
Há milênios a humanidade anseia por transcendência, numa busca incansável por respostas aos mistérios da natureza, seja para melhor compreender a natureza da matéria, para tentar entender a vida, ou saber se estamos sós no universo. A busca da humanidade por tentar compreender o que há no limite do céu sempre foi iluminada pelo misticismo e pelos mitos de criação, e já há alguns séculos essas questões também são abraçadas pela ciência.
Você já se perguntou sobre questões tão cruciais para a humanidade? Alguma vez passou pelo seu cérebro qual é a importância de estudar o espaço? A humanidade passou boa parte da sua existência em cavernas, vivendo e explorando a natureza na medida do seu conhecimento sobre o mundo natural. Mas a exploração do espaço nas últimas décadas trouxe benefícios, como o termômetro auricular, GPS, tratamento com LED e diversas outras tecnologias que beneficiam a sociedade humana.
Quando a Nasa traça uma missão para outro planeta, ela desafia o limite do conhecimento humano. Cada impasse que a natureza coloca ao sucesso de uma missão espacial é um desafio tecnológico a ser superado, e a sociedade se beneficia com isso. Louis Pasteur disse: “Os benefícios da ciência não são para os cientistas, e sim para a humanidade!”.
Marte é o quarto planeta do sistema solar, podemos considerar que ele é um planeta “próximo” à Terra. É um planeta rochoso, e seu núcleo é de rocha e ferro fundido. O maior vulcão do sistema solar, o Monte Olimpo, quase três vezes maior que o Monte Everest, fica em Marte. Estudar a geologia, o clima e tantas outras características de outro planeta nos permite melhor compreender a geologia do planeta Terra.
Os planetas Terra e Marte se encontram dentro da zona de habitabilidade, ou seja, uma zona que possui características físicas e químicas fundamentais para o desenvolvimento da vida biológica. Pode ser que em um passado remoto Marte tenha abrigado vida ou ainda abrigue extremófilos (seres capazes de sobreviver em condiçnoes extremas). Os humanos vão explorar o planeta vermelho por décadas em busca de respostas para as perguntas fundamentais, por exemplo, que tipo de vida Marte poderia ter abrigado no passado ou abrigar atualmente? Quais eram as condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da vida?
Em fevereiro de 2021, o Rover Perseverance pousou na superfície de Marte com o intuito de fazer investigações sobre o solo marciano, coletar amostras e fotos da superfície e tentar responder cientificamente se no passado houve vida no planeta. O próximo desafio para a Nasa será levar humanos até Marte, uma missão que vai exigir um gigantesco salto tecnológico. Será que nós vamos colonizar Marte? Aguardemos os próximos capítulos para ver o que a ciência pode fazer aliada ao esforço e à ambição por explorar um mundo novo.
*Matheus Brito da Silva é graduando em Licenciatura em Física (FCT-Unesp) e divulgador científico apaixonado pelos mistérios do universo. Escreve quinzenalmente para o Ciência na rua, sempre às segundas-feiras.
