Tatá comenta a detecção de biomarcadores em um planeta a 124 anos-luz da Terra
ilustração: @paozinho_celestial
Se te oferecessem uma chance de ir visitar ou até mesmo morar em outro planeta, você iria?
A história de habitarmos Marte já é batida, mas e se encontrassem vida em algum outro planeta, você iria?
Imagino que estejam se perguntando de que raios estou falando, né? Mas aqui vem a bomba: em 16 de abril, pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, anunciaram uma possível detecção de atividade biológica em K2-18b.
E novamente sei que há mais perguntas: que tipo de atividade biológica foi detectada e que negócio é esse com esse nome estranho, seria um planeta?
Sim, esse nome estranho, K2-18b, é de um exoplaneta (um planeta fora de nosso sistema solar), que está a uma distância de 124 anos-luz de nós, na constelação de Leão e é cerca de 8,6 mais massivo que a Terra e com um diâmetro 2,6 maior. O exoplaneta está na zona habitável da sua estrela, uma anã vermelha menor e menos luminosa do que o Sol.
O estudo em questão revela bioassinaturas, ou seja, sinais que sugerem a presença de vida na sua atmosfera. Isso significa que são produzidos ou resultam de processos biológicos. A pergunta sobre a importância dessas bioassinaturas acho que não precisa ser respondida, né? Não importa a área de estudo, o fato de existir vida em outra planeta intriga a todos nós.
A pergunta a seguir é: que tipo de bioassinaturas foram encontradas? Os estudos sugerem que a atmosfera do exoplaneta contém moléculas como dimetil sulfeto e dissulfeto de dimetila. Na Terra, esses gases são produzidos por algas marinhas microscópicas chamadas de fitoplânctons. Em K2-18b, não sabemos.
Observações anteriores já haviam indicado a presença de metano e dióxido de carbono na atmosfera, e é a primeira vez em que moléculas à base de carbono são encontradas fora do sistema solar em uma zona habitável.
Por causa de todas essas evidências, o K2-18b encaixa-se na denominação de mundo hycean: planeta coberto por oceanos de água líquida habitável por microrganismos (como os fitoplânctons que citei) e com a atmosfera rica em hidrogênio.
É importante lembrar que tudo o que temos são indícios da possibilidade de presença de vida, detectados pelo telescópio James Webb, que está sendo usado para estudar essa atmosfera, coletando dados sobre a sua composição e buscando sinais de vida. Ele consegue analisar a composição da atmosfera a partir da luz que a atravessa. Há outras hipóteses sobre o planeta, como eel ter um oceano de rocha fundida que impediria a existência de vida ou ele ser um mini gigante gasoso sem superfície nem vida.
Ainda são necessários mais estudos para confirmar os indícios, e os cientistas estão animados com as chances de existir um planeta habitável, mas e você? Acha que estamos cada vez mais próximos de encontrar outras vidas?
