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Rosaly Lopes: da praia de Ipanema à Nasa, passando por vulcões
Ciência planetária

por | 8 mar 2021

Matheus Brito Da Silva*

Mulher, brasileira, estudando o sistema solar na Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) do Estado norte-americano? Sim! Dra Rosaly M. C. Lopes-Gautier, 64 anos, nasceu no Rio de Janeiro, cresceu perto da famosa praia de Ipanema. Quando criança, ouviu seus pais falarem sobre um russo que tinha ido para o espaço, isso logo lhe despertou um apreço pelo universo. Desde então, Rosaly Lopes passou a ler as manchetes de jornais sobre o programa espacial norte-americano, sem jamais saber que um dia viria ser cientista da maior a agência espacial do planeta Terra, a Nasa.

Rosaly Lopes se mudou para Londres, Inglaterra, para estudar astronomia na Universidade de Londres, onde se graduou 1978. Em 1986, obteve o seu título de doutorado em ciências planetárias pela mesma universidade. Durante o seu doutorado Rosaly viajou para vários vulcões ativos afim de estudá-los, entre eles o Monte Etna, na Sicília, e ficou fascinada ao observá-lo, desde então, ela passou a observar e estudar vulcões no planeta Terra e no sistema solar e tornou-se membro da Equipe de Vigilância da Erupção Vulcânica do Reino Unido.

No ano de 1981, Rosaly integrou ao Laboratorio de Propulsão a Jato (JPL) na Nasa, na função de National Research Council Fellow (associada do conselho de pesquisa, em tradução livre). Em 1991, ela participa da Galileo Flight Project, uma missão não tripulada que foi a Jupiter. Rosaly foi responsável por fazer observações de Io, satélite natural de Júpiter, de 1996 a 2001. Durante o seu estudo, ela descobriu 71 vulcões ativos em Io. Em 2006, foi homenageada na edição do Guinness Book of World Records pela sua descoberta.

Rosaly é inspiração para todos aqueles que querem se aventurar pelas descobertas do universo, pois com muito estudo e perseverança conseguiu realizar o seu sonho de trabalhar na Nasa. Ela também teve foi inspirada por Frances Northcutt, que mostrou a ela que mulheres poderiam trabalhar na Nasa e ajudar no programa espacial. Em 2005, Rosaly foi agraciada com a Medalha Carl Sagan, uma honraria concedida a cientistas que contribuem significativamente para a compreensão pública de ciência planetária.

Rosaly Lopes é uma pessoa humilde, determinada e muito estudiosa, ela gosta de lançar o seu espírito de aventureira rumo a novos horizontes em busca de resposta para os mistérios do universo. Ela jamais deixou de perseguir os seus sonhos. Em uma conversa que tive com a Rosaly, ela me disse: “O importante é ter uma ambição e trabalhar para realizá-la.” Assim como Rosaly, todos nós podemos alcançar nossos sonhos e para isso é preciso muita determinação, estudo e persistência.

 

*Matheus Brito da Silva é graduando em Licenciatura em Física (FCT-Unesp) e divulgador científico apaixonado pelos mistérios do universo. Escreve quinzenalmente para o Ciência na rua, sempre às segundas-feiras.

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