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Parque pernambucano usa hidroterapia para recuperar movimentos de preguiça

Maristela Crispim, Eco Nordeste

Laura, que vivia solta na Unidade de Conservação, foi encontrada com o braço fraturado. Ela foi operada e hoje está em processo de recuperação (Foto: Lu Rocha/ Semas-PE)

Ficar pendurado em copas de árvores por horas e até dias é normalmente uma tarefa fácil para os bichos-preguiça. Mas, para Laura, uma preguiça resgatada com o braço quebrado na Mata Dois Irmãos, esse é hoje um dos seus maiores desafios. A pequena já passou por cirurgia em dezembro. Agora os técnicos do Parque, equipamento administrado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE), apostam na hidroterapia para acelerar a recuperação dela de forma segura, fortalecendo os membros e melhorando os movimentos do animal.

Laura tem cerca de dois anos de idade e chegou ao Parque pelas mãos de uma moradora que reside no entorno da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A peludinha havia caído da árvore e fraturado o osso úmero do braço direito. Na operação, realizada em dezembro por meio de uma parceria com a Clínica Animalis, ela precisou receber uma placa metálica e pinos para ajudar na recuperação. Desde então, a equipe do Parque, por meio do Projeto Preguiça de Garganta Marrom, vem se dedicando ao processo de restabelecimento da pequena.

Foto: Lu Rocha/ Semas-PE

Segundo a bióloga do Parque e coordenadora do Projeto Preguiça de Garganta Marrom, Fernanda Justino, além das técnicas tradicionais usadas na recuperação de animais feridos, está se investindo em recursos como hidroterapia para alcançar melhores resultados. “Essa é a primeira vez que acompanhamos a recuperação de uma preguiça com placa metálica num membro tão importante para sua locomoção. Esse processo é lento e o recurso da hidroterapia ajuda a fortalecer o membro sem grandes impactos”, explica.

Para quem imagina que a preguiça não gostou da ideia de fazer hidro ou tem um desempenho lento por suas características em terra firme, está bem enganado. Fernanda revela que a espécie se dá muito bem com a água, locomovendo-se até com mais destreza nesse ambiente. “As preguiças são boas nadadoras. Embora se desloquem com certa dificuldade no chão. O mesmo não acontece na água. Se caem na água, podem até atravessar um rio com facilidade. São bem mais rápidas nadando do que andando. E, Laura relaxa muito quando entra na sua piscina”, conta sorrindo.

Foto: Lu Rocha/ Semas-PE

Laura nada três vezes por semana e depois da atividade toma um belo banho de sol. Como ainda está fortalecendo o braço, ela não pode ficar pendurada em árvores no recinto. Fica em um espaço separado, onde é observada por biólogos e veterinários. A companhia dela é um filhote de bicho-preguiça, o André, com pouco mais de quatro meses. André perdeu a mãe e também está em processo de reabilitação. “O carinho e o apego são sempre grandes. Mas, nossos esforços estão centrados em reabilitar os dois animais. A alegria maior é poder devolvê-los à natureza para que cumpram sua função ambiental”, defendeu Fernanda.

A equipe do Parque de Dois Irmãos ressalta que faz o atendimento aos bichos que vivem na Unidade de Conservação ou por meio de parcerias com instituições específicas. Já os animais silvestres resgatados no Estado devem ser encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Tangará, da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). A unidade fica localizada na Estrada da Muribeca, no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. Quem precisar entrar em contato com o Cetas pode ligar para (81) 3182.9022.

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