Colunista destaca cúpula sobre fim do uso de combustíveis fósseis, na Colômbia, e COP31, na Turquia, como grandes eventos da área climática

Ilustração: Kairo Rudáh
O ano de 2025 foi marcado por grandes eventos na pauta ambiental. Da posse Donald Trump (e seus constantes ataques à ciência) à COP30 em Belém, 2025 viu alguns avanços e também alguns retrocessos no combate aos efeitos e aos impactos da crise climática e ambiental que estamos enfrentando. Por isso, é importante já começarmos a projetar e pensar o ano que vem. O que 2026 pode trazer de avanços? Teremos muitos retrocessos? Vamos pensar um pouco.
Logo de cara, posso dizer que uma coisa que me gera muita expectativa para o ano que vem é a cúpula convocada por Colômbia, Holanda e outros países para discutir única e exclusivamente o fim do uso de combustíveis fósseis e o caminho para uma transição energética justa. Como sabemos, para combater os efeitos da crise climática, é fundamental garantir o fim do uso de petróleo, gás e outros fósseis, que são alguns dos maiores responsáveis pelo caos ambiental que estamos vivendo.
Por esse motivo, tenho grandes expectativas para a cúpula do ano que vem. A possibilidade de construção de um caminho mais prático para o uso de energias renováveis é urgente e fundamental. Tomara que a reunião dos líderes consiga, de fato, sair apenas do discurso e encontrar soluções.
Por outro lado, o ano novo pode continuar mostrando que o tempo para agir contra a emergência das mudanças climáticas está se esgotando. Segundo dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia, 2025 poderá ser o segundo ano mais quente da história. As informações mostram que a temperatura média global ficou 1,48°C acima dos níveis pré-industriais, o que é bastante preocupante e mostra que os efeitos da crise climática já são reais e palpáveis.
Por isso, 2026 é um ano crucial para que ações práticas sejam tomadas. Os eventos climáticos extremos têm sido cada vez mais comuns. A temperatura média da Terra, como visto, já está aumentando significativamente. Agir contra a mudança do clima não é mais somente uma escolha, é uma necessidade.
Por fim, será preciso, mais uma vez, manter olhos bem abertos para a COP31, que acontecerá na Turquia, com presidência australiana. Vale lembrar que os turcos também são produtores de petróleo, o que pode ser um impeditivo para o avanço e o sucesso das negociações. A presidência brasileira, que seguirá até o início da próxima Conferência das Partes, já garantiu que irá tentar encaminhar o mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis. Vamos ver se será possível.
Entre muitas dúvidas e incertezas, o que posso dizer é que 2026 terá grande impacto no combate às crises que estamos enfrentando. É comum dizer que o tempo para agir está se esgotando, é um clichê que eu mesma já repeti diversas vezes nos meus textos. Mas é um clichê porque é verdade. Vamos torcer para que o ano que vem traga novos ventos e novas políticas práticas.
Feliz ano novo!
Luiza Moura é bacharela relações internacionais pela PUC-SP e ativista socioambiental






