Comemorado nesta quarta-feira, 8 de julho, em homenagem à fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Dia Nacional da Ciência tornou-se uma bela oportunidade para dar partida à campanha #CientistaTrabalhando, proposta pelo Instituto Serrapilheira e adotada por várias instituições – o Ciência na rua incluído. Seu propósito é mostrar de forma mais clara, à sociedade em geral, que a prática científica é um processo de trabalho de busca do conhecimento, que não pode, por sua própria natureza, oferecer respostas prontas, rápidas e satisfatórias, na velocidade em que as pessoas tantas vezes precisam e desejam.
A divulgação incessante na mídia do intenso trabalho dos cientistas para elucidar questões fundamentais à compreensão da covid-19 e a seu enfrentamento levou um número até então inconcebível de pessoas a lidar diariamente com informações saídas diretamente dos laboratórios de pesquisa e dos periódicos científicos. Desde o início da pandemia, uma quantidade imensa de pesquisadores no mundo inteiro, inclusive no Brasil, passou a produzir e publicar estudos numa velocidade que agora é de 12 textos por hora. Em seis meses, mais de 15 mil trabalhos revisados por outros pesquisadores, que não seus autores (processo fundamental para gerar confiança nos dados que apresentam), foram postos na base internacional Web of Science. É algo até aqui nunca visto.
Entretanto, a covid-19 e o vírus que aciona a doença, o Sars-CoV-2, continuam cercados por mais dúvidas do que certezas, a despeito do avanço sem precedentes, em curto espaço de tempo, no conhecimento científico de um problema inteiramente novo. Ora, justamente as dúvidas e o mar de incertezas que cercam a pandemia têm levado pessoas menos familiarizadas com o processo científico a frustrações e por vezes à impressão de que a ciência nada tem, de fato, a informar às políticas públicas que se batem pelo controle da pandemia.
A campanha #CientistaTrabalhando quer alterar esse clima. E além da presença, com muitas peças distintas que mostram o trabalho dos cientistas, nas redes sociais, ao longo do mês de julho ela inclui também o apoio de colunistas de jornais e outros veículos de comunicação que vão ceder espaço para que mostrar um pouco mais as características do processo científico. O autor da proposta de campanha, o Instituto Serrapilheira, é uma instituição privada que apoio financeiramente pesquisadores e divulgadores de ciência – inclusive o Ciência na rua, que marcou sua participação com a publicação de uma tirinha especialmente encomendada para a ocasião e com o início de uma série de vídeos feitos a partir de trechos dos webinars realizados em parceria com a Rede CoVida e a Agência Bori. Abaixo, você pode conferir o primeiro vídeo da série