por Thaciana de Sousa Santos
Oi, gente. Que bom que voltaram. Eu tenho muita coisa para contar e nem sei por onde começar. Hoje, o meu foco não vai ser a faculdade em si. Mas vou contar para vocês que está tudo (quase) certo. Estou estudando para recuperar as minhas notas e não reprovar, e também já estou fazendo a matrícula para o próximo semestre. Até lá, tudo se ajeita.
Hoje vou contar sobre a experiência incrível que tive nesse final de semana. Antes de detalhar muito, vou apresentar todas as pessoas que estavam comigo lá no Museu Catavento. Fui com a minha mãe, que é carinhosamente chamada de Néia, com o meu irmão pequeno, Paulo Henrique, uma fofura (vou dar um jeitinho de colocar uma foto dele, vocês vão amar) e o meu namorado, Pedro Henrique (eu sei, muito Henrique).
No domingo, fomos ao Catavento, e sério, surreal de lindo. Não tenho palavras para expressar o quão bem planejada foi toda a exposição. Logo de entrada, começa a exposição de astronomia (foi a parte que o Paulo e a minha mãe mais gostaram), e é maravilhosa. Tem maquete de atividade solar, meteorito de verdade (o Paulo ficou encantado, porque podia tocar e, claro, veio do espaço), uma balança que mede o seu peso nos outros planetas e na lua, tem uma para idade também. Mas essa balança do peso me deixou meio pensativa.
Vou explicar o porquê: em Física 1, estudamos dinâmica, as famosas Leis de Newton e, assim como é passado no ensino médio, aprendemos que o peso (que nós erroneamente confundimos com massa) é massa x gravidade, a massa não muda, nem na lua. O que muda é a constante gravitacional, que na Terra nós arredondamos para 10 m/s² (para simplificar as contas, uma aceleração de 10 metros por segundo ao quadrado), na Lua, 1,62 m/s², e por aí vai, em cada planeta e em cada satélite natural (lua). Então, quando eu reparei que a medição estava em kg, eu estranhei, porque aquilo não era o peso e sim a massa, já que a unidade de medida do peso é Newton (N). Mas newtons podem ser convertidos em quilogramas, há um fator de conversão simples, divide-se o número de newtons por 9,81. Ou dito de outro jeito, um newton é igual 0,102 kg.
Tem uma demonstração da curvatura do espaço-tempo, explicações de buracos negros, é impossível não se encantar. Depois passamos pelas partes de geofísica, biologia, e por fim, na parte de física. O Pedro (o meu namorado) gostou mais dessa parte, porque tinha alguns motores e muita coisa de eletricidade
E por falar em eletricidade, o melhor experimento que tem no museu, sem sombra de dúvidas, é a esfera eletrizada que arrepia os cabelos. Isso acontece porque a esfera é eletrizada enquanto a pessoa está com a mão em cima dela e o excesso de cargas elétricas é passado para o cabelo, fazendo com que fique arrepiado. É claro que é necessário ter todo um cuidado, como isolar a pessoa do chão, e ambos, tanto a pessoa quanto a esfera, partirem do zero de carga elétrica, para evitar acidentes.
Nessa parte da física tem algumas coisas de óptica, como o efeito 3D funciona, os espelhos e suas distorções (cada distorção tem uma função, como a aproximação dos espelhos de maquiagem). Tem também uma câmera que detecta temperatura, uma bobina de Tesla e muitas outras coisas.
Tem uma parte que eu precisava ver, que precisava estar ali, e é a parte de mulheres na ciência, como a Marie Curie, que ganhou dois prêmios Nobel, um em física e outro em química, a Jaqueline Goes de Jesus, cientista negra que integrou a equipe que sequenciou o genoma do coronavírus no Brasil em apenas 48 horas, e diversas outras mulheres. A minha mãe falou que um dia pode ser eu, servindo de exemplo para jovens meninas que querem seguir na ciência, e eu realmente espero poder fazer da ciência um lugar mais acolhedor para elas.
Eu me despeço aqui e deixo um convite para todos, visitem o Museu, levem a criançada, tenho certeza de que vão gostar.
Serviço: o Museu Catavento fica no centro de São Paulo e funciona de terça a domingo, das 9h às 17h. As bilheterias funcionam até as 16h.
Thaciana de Sousa Santos é estudante de graduação do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e escreve semanalmente para o Ciência na Rua