por Thaciana de Sousa Santos
Entre a saudade do ensino médio e a vontade de chorar
Voltei para mais um texto, mais uma preocupação, mais um perrengue de universitária caloura. Não tem sido fácil, ainda estou tendo provas, a última foi de Física 1 e, olha, não entendi nada da prova e muito menos do conteúdo! Eu estava confiante porque sabia uma parte da matéria, como colisões e energia, então estava tudo bem. Mas, no fim, ¾ da prova tinham a ver com a parte que eu não sabia, sobre rolamento, rotações, porque eu não tinha entendido nada, então, vocês já sabem, foi um show de horrores!
Antes das provas de recuperação (que acontecerão nas férias), terei duas provas, tudo nessa semana. Por sorte eu tranquei a disciplina de vetores, porque aí seriam três e, sinceramente, quem aguenta?
Tenho prova de Cálculo 1 e Física Experimental 1 e estou fazendo o que posso para evitar surpresas desagradáveis, como não saber o conteúdo de novo. Em Cálculo, estamos estudando integrais. Chega a ser tenebroso o tanto de fórmulas e de conta esquisita que tem.
Toda vez que entro na aula de cálculo, fico com vontade de voltar para o ensino médio ou de chorar. Agora, com o conteúdo de integrais, calculamos as áreas de gráficos, volumes, até uns negócios mirabolantes de rotações, que nem sentido faz. E é aí que fico dividida entre a saudade e o choro. A saudade do ensino médio aparece quando preciso calcular a área ou o volume de algo, porque antes tinham as fórmulas básicas de volume e área, mas na faculdade não tem mais nada disso. A vontade de chorar aparece quando o professor fala de rotações e enfia integral no meio, fico com uma cara de interrogação, mas é aquilo, é o meu sonho.
Para não ter novidades, estou estudando tudo o que o posso, no tempo que tenho. Estou vendo a teoria, lendo o livro, resolvendo os exercícios. O professor disponibilizou um simulado, eu tentei fazer, alguns não entendi, voltei a ler o livro, tentei de novo e até lá, tudo se ajeita.
Estou confiante com física experimental (também estava confiante com a prova de física, e o show de horrores veio). Durante o semestre, tivemos que fazer um caderno de dados, detalhamos os experimentos que fazíamos nas aulas, tipo uma anotação de aula.
Esse é um dos métodos de avaliação dessa disciplina. Também fizemos três provinhas, essas são bem simples, porque o professor deixa as fórmulas, então não tem erro. Para finalizar o semestre, teremos que fazer uma prova geral e um relatório de um experimento, e o meu grupo ficou com um tema tranquilo, sobre cinemática. O último experimento que fizemos foi sobre o princípio de Arquimedes, que tem a ver com empuxo, ou seja, uma força vertical, de baixo para cima, exercida em um corpo imerso ou parcialmente imerso em um fluido (por exemplo, na água) que é igual ao peso do fluido que o corpo desloca. Para colocar em fórmulas, o empuxo é igual ao peso que é igual à massa multiplicada pela gravidade (E=P=m*g).
Esse experimento acabou não dando totalmente certo, tínhamos que descobrir densidades, massas e volumes e, na última parte da aula, a turma travou e ninguém conseguiu seguir com o roteiro do experimento para descobrir a massa do objeto imerso e a sua densidade. E ficou por isso, como que vamos desenvolver para colocar no caderno de dados, eu realmente não sei.
No próximo texto, eu conto sobre o que aconteceu com o caderno de dados, se deu certo ou não. Espero vocês, até lá!
Thaciana de Sousa Santos, a Tatá, é estudante de graduação do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e escreve semanalmente para o Ciência na Rua