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Castigo do monstro — sim, ele voltou!

por | 12 nov 2024

Colunista de meio ambiente comenta a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos

Donald Trump, o republicano de ultradireita, está de volta para mais um mandato como presidente dos Estados Unidos da América. Não tô nem um pouco interessada em discutir a história dos EUA, vou só reforçar o que já sabemos: é um país imperialista, que cresceu patrocinando e financiando golpes e que, sinceramente, é responsável por grande parte dos problemas que o mundo enfrenta hoje, inclusive a crise climática.

Independentemente de qualquer questão, temos que encarar um fato: a maior potência do mundo acabou de eleger novamente um negacionista climático para a presidência. Donald Trump, durante seu primeiro mandato, retirou os EUA do Acordo de Paris, além de ter feito diversas declarações negando o aquecimento global e os efeitos da crise climática. O futuro presidente estadunidense já prometeu que vai tirar, de novo, o país do maior acordo climático que temos até hoje. A real é que a gente tá com um problemão pra resolver.

Donald Trump fala à audiência durante conferência na Flórida em julho de 2023 (foto: Gage Skidmore — CC BY-SA 2.0)

Os Estados Unidos da América são, atualmente, o segundo maior emissor de carbono na atmosfera. Durante muitos anos, foram o primeiro, recentemente foram ultrapassados pela China. Se já tá difícil imaginar uma solução global para a crise climática baseada na cooperação e no multilateralismo, sem a presença dos Estados Unidos vai ser quase impossível, sério mesmo. Primeiramente porque os EUA fazem parte do grupo dos países ricos, ou seja, dos países que contribuíram mais e por mais tempo para que chegássemos até esse ponto, portanto, é um país que deveria contribuir financeiramente para que os países menos ricos consigam adotar medidas de adaptação e mitigação.

Em segundo lugar, como já disse, os Estados Unidos da América são um dos maiores emissores de gases de efeito estufa na atmosfera. Sem a diminuição significativa das emissões deles, ficará muito mais difícil reduzir as emissões ao nível necessário para manter a temperatura do planeta dentro do 1,5ºC de aquecimento, que é o necessário para continuarmos vivendo minimamente bem aqui no planeta Terra.

Por isso, a eleição de Donald Trump é, realmente, um desastre para a luta climática que está acontecendo em todo o globo. Vai ser preciso muita resiliência e muita pressão da comunidade internacional, dos ativistas socioambientais e de outros países para que os esforços que estão acontecendo na direção da mitigação e da adaptação não sejam completamente destroçados pelo novo presidente estadunidense.

Fato é que tudo que já estava complicado acabou de ficar ainda mais difícil.

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