foto da home: Raimond Spekking – CC BY-SA 4.0

John Goodenough, Stanley Wittingham e Akira Yoshino (ilustração: Niklas Elmehed / Nobel Media)
Foram anunciados hoje os vencedores do Prêmio Nobel de Química. Stanley Wittingham, John Goodenough e Akira Yoshino foram os escolhidos pela Academia Real de Ciências da Suécia, “pelo desenvolvimento da bateria de íon-lítio”, tecnologia praticamente onipresente em telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos.
Stanley Wittingham, 77 anos, inglês, pesquisava, no anos 1970, supercondutores que pudessem levar à geração de energia sem o uso de combustível fóssil – tema premente durante a crise do petróleo naquela década. Ele criou uma bateria que usava dissulfeto de titânio como pólo positivo (cátodo) e lítio metálico como parte do pólo negativo (ânodo). O dissulfeto de titânio, no nível molecular, tem espaços onde podem se intercalar íons de lítio. Apesar do bom potencial energético, a bateria podia explodir com alguma facilidade porque o lítio metálico é muito reativo.
John Goodenough, 97 anos, nascido na Alemanha, trocou o dissulfeto de titânio por óxido de cobalto, que também permite a intercalação de íons de lítio, conseguindo uma bateria mais poderosa em 1980.
Akira Yoshino, 71 anos, japonês, conseguiu a primeira bateria de íon-lítio comercialmente viável, em 1985, quando substituiu o lítio metálico por coque de petróleo – que também permite a intercalação de íons de lítio –, tornando a bateria mais segura. O modelo criado por Yoshino também permitia a recarga da bateria centenas de vezes.
De acordo com a revista britânica Newscientist, por serem poderosas e leves, as baterias de lítio permitiram o desenvolvimento de aparelhos eletrônicos pequenos, como os telefones celulares. A revista menciona ainda que a tecnologia segue evoluindo, com o óxido de cobalto passando a dar lugar ao fosfato de ferro, menos poluente.



