Exausta, depois de pisar em pecinhas coloridas e espalhadas pela casa, a mãe dá um berro de responsa: “Guarde imediatamente esses brinquedos. Agora, fulano!”. A criança se assusta ~ para que tanta irritação afinal? ~ e, meio emburrada, promete a si mesmo guardar tão bem, mas tão bem guardado que ninguém mais vai incomodá-la. Depois, volta a brincar tranquila.
Corta, avança 4,5 mil anos na História e, finalmente, um grupo de cientistas russos encontra os tais brinquedos muito bem escondidos. Um boneco feito de pedra sabão e uma cabeça de animal, um cavalo, um dragão ou algo parecido, entalhado num pedaço de chifre.
Ok, não foi bem assim que aconteceu, mas – de fato – são os brinquedos mais antigos do mundo. Uma equipe de arqueólogos da Academia Russa de Ciências (IIMK-RAN) descobriu esses objetos – os mais antigos com essa finalidade já registrados –, no túmulo de uma criança que viveu na Idade do Bronze. O menino ou menina pertencia à cultura Okunev, um grupo que habitava o sul da Sibéria, durante a pré-história.
Há alguns anos, os cientistas já haviam encontrados outros brinquedos ali na região, mas esses agora são os mais antigos, segundo o arqueólogo Andrei Poliakov, que comanda as pesquisas. Segundo ele, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo de 03 de janeiro, os bonecos serão integrados à coleção de mais de 500 objetos já encontrados na região do povo Okunev, que formam a “mais antiga coleção de brinquedos do mundo”.