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Ampliar os conhecimentos e descolonizar a ciência

por | 20 jun 2025

Luiza Moura conta do curso que fez sobre mudanças climáticas

ilustração: Kairo Rudáh

No começo desse ano, entre março e abril, participei da décima segunda turma do curso da Youth Climate Leaders (YCL), chamado “Mudanças Climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais”. Entre aulas incríveis, temas fantásticos, aproximação com profissionais muito qualificados e criação de uma rede muito especial, uma coisa ficou evidente para mim. É cada vez mais urgente que as pessoas tenham acesso a esse tipo de conhecimento!

Acho que a educação ambiental é fundamental para criar pessoas mais conscientes, que entendam a atual situação que o planeta e a sociedade enfrentam, que estejam dispostas a enfrentar esse sistema de exploração e opressão do ambiente natural. Cursos como o da YCL podem mudar vidas e criar uma sociedade muito mais alinhada com os desafios que temos enfrentado.

Sabemos o quanto é importante ouvir cientistas e conhecedores da causa climática como o professores Carlos Nobre, Paulo Artaxo e Ricardo Galvão, a ministra Marina Silva e a secretária Ana Toni. Não tenho dúvidas de que ouvir a ciência e a academia e fazer esse conhecimento chegar em mais pessoas é um dos principais passos que devemos adotar para combater a crise climática.

Mas tem uma outra coisa que é importante nesse processo: descolonizar o conhecimento e, cada vez mais, levar a sério o que dizem os povos indígenas e as comunidades tradicionais desse país que muitas vezes foram ignorados e desqualificados por não serem acadêmicos, mas que produzem conhecimento de forma milenar e que sabem melhor do que ninguém como cuidar da floresta, extraindo dela somente o necessário e se relacionando com a natureza a partir de uma lógica não capitalista e não neoliberal.

Sim, precisamos ouvir a academia, é óbvio. E que bom que temos acadêmicos olhando para questões climáticas e ambientais! Mas também precisamos ouvir Ailton Krenak, Davi Knopenawa, Txai Suruí, Vanda Witoto, Nêgo Bisbo, Joenia Wapichana, Sonia Guajajara e o Cacique Raoní. Talvez, mais do que ninguém, eles compreendam a urgência de transformarmos os nossos modos de produção e de convivência.

No curso da YCL tive o privilégio de ter aula com o professor Carlos Nobre. E também o privilégio de ter aulas com Oyago Suruí. Foi, sem dúvidas, uma experiência única, que me formou enquanto pessoa e enquanto profissional. Educação ambiental, acesso aos conhecimentos científicos produzidos em âmbito acadêmico e de forma tradicional, deve ser um direito de todas as pessoas. É urgente, necessário e tem se mostrado cada vez mais fundamental.

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