Cristiane Prizibisczki, ((o eco))
Em alguns pontos da cidade, concentração de poluentes foi quatro vezes maior do que o indicado, mostra estudo. Poluição mata 7 milhões de pessoas por ano no mundo
Nos últimos 22 anos, os paulistanos respiraram ar com altas concentrações de poluentes e nem mesmo durante a pandemia (2020 e 2021) essa situação melhorou, mostra levantamento divulgado no dia 26 de maio pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).
A poluição ambiental provoca cerca de 7 milhões de mortes no mundo todos os anos, sendo cerca de 300 mil no continente americano, segundo estimativas conservadoras. No Brasil, o número estimado de mortes causadas pela poluição do ar chega a 150 mil por ano.
Em sua análise, o IEMA observou a evolução anual das concentrações de três poluentes – Material particulado (MP 2,5 e MP 10), Ozônio (O³) e Dióxido de Nitrogênio (NO²) – entre 2000 e 2021.
Todos eles mantiveram-se, durante a série histórica analisada, acima dos novos padrões definidos pela OMS em 2021. Em algumas estações, os níveis encontrados superaram em duas, três e até quatro vezes os valores recomendados, como na Marginal Tietê.
Apesar disso, o IEMA salienta a importância de políticas públicas voltadas para o tema, como a instituição do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve), em 1986, que foi responsável pela queda de NO2 na capital paulista, tornando-a um pouco menos poluída.
O Proconve foi estabelecido porque, na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a qualidade do ar é influenciada principalmente pelas emissões provenientes do trânsito, seja através da emissão de compostos orgânicos voláteis na combustão dos combustíveis, pelo desgaste das peças ou pelo atrito com as vias.
Os poluentes do ar têm efeito agudo e crônico na saúde, levando ao agravamento de doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas.
“O objetivo da nossa nota técnica é alertar a necessidade de se reduzir as emissões de poluentes em São Paulo. Para isso, precisa-se reduzir radicalmente a circulação de veículos na cidade, investindo em transporte público e transporte ativo”, diz David Tsai, gerente de projetos no IEMA e coordenador do levantamento.
Para acessar os dados sobre a poluição em São Paulo, clique aqui.