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Grande Barreira de Corais passa por novo processo de branqueamento

Evento era inesperado este ano por causa do fenômeno La Niña

Coral da Grande Barreira em processo de branqueamento, em 2017 (foto: J. Stella / © Commonwealth of Australia – GBRMPA)

A Grande Barreira de Corais, na Austrália, está sofrendo um novo processo de branqueamento, informou o jornal inglês The Guardian no último dia 25. É o sexto evento desse tipo registrado no bioma, quarto desde 2016.

A constatação, feita principalmente a partir de helicópteros, contrariou previsões porque, em 2022, está ocorrendo o fenômeno climático La Niña, que resfria as águas do Oceano Pacífico e deveria propiciar um período de recuperação para os corais. “Dito isso, o clima está mudando, e o planeta e o recife estão cerca de 1,5 grau centígrado mais quentes do que eram 150 anos atrás. Eventos inesperados agora devem ser esperados. Nada mais me surpreende”, comentou ao Guardian David Wachenfeld, cientista-chefe da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Recife (GBRMPA), instituição responsável pelo local.

O branqueamento de corais ocorre quando as algas – chamadas zooxantelas – que vivem em mutualismo com os corais, fornecendo nutrientes (e cores), passa a fornecer toxinas devido a estresse ambiental, como temperatura ou acidez elevadas na água, e são então expelidas por eles.

Neal Cantin, pesquisador no Instituto Australiano de Ciência Marinha, liderou uma das equipes de observação e pôde ver o branqueamento ao longo de 1.800 quilômetros. “O fato de estarmos vendo um evento de branqueamento em massa em ano de La Niña é preocupante e um claro sinal da intensidade crescente da mudança do clima e aquecimento do oceano”, disse ao jornal inglês. “Estou extremamente preocupado – mais do que preocupado. Precisamos de ação imediatamente. Estamos observando branqueamento todo ano. A pegada espacial de clalor intenso está aumentando a uma taxa alarmante. Também está acontecendo mais rápido do que previmos 20 anos atrás. A severidade e a frequência são muito alarmantes.”

 

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