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Método de edição de DNA rende Nobel de Química a duas pesquisadoras
Prêmio Nobel

por | 7 out 2020

Criadoras do CRISPR se juntam a outras cinco mulheres na lista de 185 ganhadores na categoria

imagem: Ill. Niklas Elmehed / © Nobel Media

A francesa Emanuelle Charpentier e a americana Jennifer A. Doudna são as ganhadoras do Prêmio Nobel de Química de 2020, “pelo desenvolvimento de um método de edição de genoma”, anunciou, nesta quarta-feira, 7, a Academia Real de Ciências da Suécia. Elas descobriram o CRISPR/Cas9, ferramenta que permite editar o DNA de plantas, animais e microorganismos com extrema precisão, com impacto revolucionário nas ciências da vida.

Charpentier estava estudando uma bactéria quando encontrou uma molécula desconhecida, chamada tracrRNA, que depois constatou ser parte do sistema imune da bactéria – conhecido como CRISPR/Cas – que quebra o DNA de vírus que a ataquem, desativando-os.

No mesmo ano em que publicou o trabalho, 2011, Charpentier iniciou sua colaboração com Doudna e, juntas, elas conseguiram recriar a tesoura genética da bactéria em tubo de ensaio, além de simplificar seus componentes moleculares para facilitar seu uso. Elas então conseguiram reprogramar a tesoura genética para que reconhecesse e cortasse qualquer molécula de DNA, e não apenas o DNA de vírus.

O uso dessa tecnologia se disseminou, com consequências na pesquisa básica e na produção de alimentos. O impacto na medicina também deverá ser grande, testes clínicos de terapias contra câncer já estão acontecendo, por exemplo.

Com a inclusão da dupla na lista, agora são sete as mulheres laureadas (e 178 homens) com o Nobel de Química na história do prêmio – quatro delas neste século.

Mais cedo nesta semana, foram anunciados os vencedores nas categorias Física e Medicina.

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