Muito antes das redes sociais, a imagem de Albert Einstein (1879-1955) mostrando a língua viralizou nos quartos de adolescentes mundo afora. Considerado um dos sujeitos mais inteligentes do século XX, esse alemão, judeu, físico desenvolveu a Teoria da Relatividade Geral. Einstein aplicou a Relatividade para “entender” e “explicar” o universo. Grosso modo, o cientista concluiu que espaço e tempo são relativos e estão intimamente relacionados.
O povo amou a ideia e a compreendeu direitinho: o tempo sentado na cadeira do dentista soa muito mais lento do que o tempo do relógio. Vinte minutos com a boca entregue a uma broca podem virar 5 horas. Também a Teoria da Relatividade caiu no gosto porque todos intuímos o quanto a percepção das coisas muda de acordo com os pontos de vista.
Mas mais famoso do que Einstein é Isaac Newton (1642-1727), o cara da maçã e da Lei Universal da Gravidade. Todos nós a conhecemos por experiência própria. Sabemos o esforço de subir degraus para pagar promessa e o alívio do espírito e do corpo ao descê-los.
Na minha fofa infância, mamãe gostava de recitar os seguintes versos do poeta português Bocage:
“Nariz, nariz, e nariz,
Nariz, que nunca se acaba;
Nariz, que se ele desaba,
Fará o mundo infeliz;
Nariz, que Newton não quis
Descrever-lhe a diagonal;
Nariz de massa infernal,
Que, se o cálculo não erra,
Posto entre o Sol e a Terra,
Faria eclipse total!”
Tudo isso me faz pensar que ciência boa é aquela que gruda na gente. Aquela que cria expressões – certamente não tão cientificamente exatas – mas divertidas com seus fundos de verdade. Por isso nos momentos de despeito ou vingança dizemos: Tudo o que sobe, desce. Quando o anel engasga no dedo: Tudo que entra sai. Ou quando desejamos que a pessoa amada venha mais rápido do que a Velocidade da Luz.
Fernanda Pompeu é webcronista louca por ciência.