A imagem de abertura foi feito pela menina Vasilia Christidou, para o projeto “Desenhe um cientista”, da revista Child development
Acordar cedo, se arrumar e partir para a escola. Na sala de aula, aprender sobre elementos, tabela periódica, mol e balanceamento de equações. Quanto estar motivado influencia no aprendizado de Química?
Essa foi a pergunta motivadora que levou a pesquisadora Marciana Catanho produzir a dissertação Relações entre motivação e aprendizagem no ensino de Química, defendida na sexta-feira, 23 de março, no programa de pós-graduação em Ensino e Processos Formativos, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), de São José do Rio Preto.
Marciana observou e trabalhou com 96 alunos do ensino médio de uma escola estadual da cidade procurou medir o grau de motivação dos adolescentes – a partir de uma escala própria para esse fim – e estabelecer relações com as noções de motivação de 12 professores em atuação e 22 professores de química em formação inicial.
Os dados que encontrou sugerem que a maior parte dos alunos vai mesmo para a escola para aprender. “No entanto, o aprendizado da química parece não ser tão importante entre os entrevistados. Muitos alunos vão motivados sim para a escola e eles anseiam aprender, no entanto suas atitudes e comportamentos algumas vezes vão em direção oposta a isso”, explica Marciana.
Química é considerada pelos estudantes uma disciplina difícil mesmo. Fórmulas, equações e cálculos embotam um pouco a parte divertida das experiências, das transformações e das reações entre substâncias coloridas, de cheiro forte e potencial explosivo.
Perguntamos à professora Marciana por que os alunos se afastam da química? Embora não seja o objeto da dissertação que ela acaba de defender, a química lançou mão de sua experiência em frente às salas de aulas e de outros projetos realizados com os alunos de ensino médio, para responder. “O que faz os alunos gostarem de Química é aproximar a Química do cotidiano do aluno, mostrar as relações entre a teoria e a prática, fazer os estudantes compreenderem que a Química está em tudo na vida deles e em todo o mundo”, conta. Algo como partir do macro para investigar o micro “através da linguagem química dos símbolos, fórmulas e equações”, completa.
Aula lúdica também ajuda. Fazer experimentos no laboratório, usar vídeos e filmes, pedir ajuda para computadores e outras tecnologias, além de problematizar situações e propor soluções. Alunos motivados cobram mais do professor, querem saber mais, fazer mais. Isso estimula o educador a continuar inventando, propondo., tudo isso aproxima os estudantes da química que se desprega da lousa e aparece na vida.