Os dois novos vídeos da série “O que é isso?” abordam a física de partículas.
Aproveitamos uma exposição intensa e um tanto rara desse campo na Universidade Federal da Bahia (UFBA), via reunião, de 3 a 14 de setembro, de um grande número de físicos de partículas, seniores e júniores, de dentro e de fora do país – provocada pela LISHEP 2018, a Escola Avançada de Física de Altas Energias –, para trazer as visões de dois deles sobre sua área científica: Alberto Santoro e Luciano Abreu.
Santoro, 77 anos, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), curador da LISHEP desde 1990, ex-pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do poderoso Fermi National Accelerator Laboratory , o Fermilab,, nos Estados Unidos, e hoje ainda pesquisador ligado ao Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear, o famoso CERN, dono do Grande Colisor de Hádrons (o LHC, com seu anel acelerador de partículas subterrâneo de 70 quilômetros de comprimento), é um daqueles valentes cientistas brasileiros que enfrentaram as perseguições da ditadura, instaurada em 1964, ampliando sua formação no exterior. E que na volta, não cessaram de batalhar pela ciência e pelo país.
Aluno de Roberto Salmeron ainda na Universidade de Brasília (UnB), no começo dos anos 1960, e de novo acolhido pelo grande físico brasileiro no exílio francês, hoje com 96 anos, Santoro tem em seu alentado currículo cerca de 700 artigos científicos publicados em revistas internacionais e participação em descobertas relevantes para o avanço da física de partículas. Por exemplo, participou do famoso experimento DZERO (D0) do Fermilab, que levou à descoberta, em 1995, do quark top, partícula elementar que já havia sido postulada pelos físicos teóricos no começo dos anos 1970.
Já Luciano Abreu, 42 anos, professor da UFBA, formado bacharel por essa universidade em 1999 e mestre em 2002, doutorado pelo CBPF e com estágios pós-doutorais nas universidades de São Paulo (USP) e Complutense de Madrid, é hoje um pesquisador experiente em física das partículas elementares e campos, com ênfase no uso de teorias de campos efetivas na investigação da fenomenologia de partículas, nas quais se concentram seus projetos. Ele é também coordenador do Núcleo de Pesquisa e Inovação do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia.
Afora a área de estudos, os dois ainda têm em comum o grande interesse por divulgação científica, com foco maior na difusão de novos conhecimentos para professores e estudantes do ensino médio.