As esponjas são animais com história geológica muito antiga, com registro fóssil datando de cerca de 600 milhões de anos atrás. Formam um grupo bem sucedido nos mares atuais.
A Baía de Todos os Santos (BTS) é considerada um paraíso para o estudo desses organismos e acredita-se que há poucos lugares no oceano Atlântico que lhe possam ser comparados em termos de quantidade.
Nos sistemas marinhos, as esponjas chamam a atenção pelas belas cores e formas variadas, e frequentemente são confundidas com algas, corais e rochas por apresentarem hábito séssil, aparentemente estático.
As esponjas são organismos filtradores, ou seja, por meio da circulação interna de água do mar em seu corpo realizam trocas gasosas e obtêm nutrientes necessários para a manutenção de seu metabolismo. Além disso, essa filtragem representa uma importante função ecológica exercida por esses organismos, pois reciclam elementos contidos na coluna d’agua, o que também demonstra a importância de seu uso para estudos de monitoramento da qualidade da água.
O interesse pelas esponjas cresceu nas ultimas décadas, principalmente por serem fonte de compostos químicos que deram origem a substâncias farmacológicas utilizadas para o tratamento de diversas doenças como leucemia, linfomas e HIV. Esses organismos amplamente encontrados no litoral baiano, formam na praia do Porto da Barra, cidade de Salvador, uma grande diversidade submersa que nos presenteia com cores e diferentes formas sobre o substrato rochoso marinho local. Nos recifes de corais da BTS, como os recifes dos Frades, as esponjas estão também entre os cinco grupos mais abundantes no substrato recifal e são essenciais para a manutenção desses ecossistemas (Foto 3-Xestospongia spp.).