Luiza Moura endossa a carta de Gustavo Petro ao presidente dos Estado Unidos

O presidente da Colômbia Gustavo Petro, em cerimônia de posse de embaixadores, em Bogotá, em julho de 2024 (foto: Presidência da Colômbia)
Começo esse texto pedindo licença para citar livremente o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que, na semana retrasada, comprou uma briga de igual para igual com o governo recém empossado de Donald Trump e suas políticas assustadoras de deportação de imigrantes “ilegais” (primeiro, quem é ilegal em terra roubada? segundo, ilegal por quê?). Na carta que escreveu ao presidente dos Estados Unidos, nosso hermano latino-americano diz: “Não gosto do seu petróleo, Trump. Ele vai acabar com a espécie humana por causa da sua ganância. Talvez, em algum dia, com um copo de whisky, apesar da minha gastrite, possamos falar sobre o tema. Mas é difícil, porque você me considera de uma raça inferior.”
O presidente colombiano tem sido uma das vozes mais ativas no combate à crise climática, defendendo a adoção de medidas mais sérias e mais firmes contra a exploração de petróleo e o aumento da temperatura do planeta. Durante a Cúpula da Amazônia em 2022, por exemplo, Petro defendeu o fim da exploração petroleira na amazônia — enquanto o governo brasileiro segue no impasse sobre a região da foz amazônica (que o IBAMA já negou!!!!!!). Naquela ocasião, o colombiano também disse que para combater a crise climática não basta zerar o desmatamento, é preciso mais do que isso.
O fato é que, atualmente, na América Latina, o colombiano é a voz mais enfática na defesa do meio ambiente e das condições saudáveis de existência humana no planeta Terra. Sua carta para Donald Trump evoca justamente a necessidade urgente que temos de parar de explorar petróleo e outros combustíveis fósseis, que são, sabidamente, as principais causas para a elevação da temperatura média do planeta.
Vale lembrar, como já comentamos no texto da semana retrasada, que Trump já tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e vem fazendo declarações sérias e negacionistas sobre o atual estado de ebulição do planeta.
Quero aqui concordar cem por cento com Gustavo Petro. Sua liderança na área climática é fundamental e necessária para o atual momento que vivemos. Não, nós não gostamos do seu petróleo, Trump. Não, nós não queremos que a América Latina seja vista, mais uma vez, como um quintal de exploração para os interesses dos países ricos que nos enxergam como povos menores. Não, nós não vamos aceitar líderes negacionistas que não enxergam o óbvio.
Sim, nós seguiremos aplaudindo Gustavo Petro e torcendo para que mais líderes como ele comecem a aparecer em todo o mundo.