jornalismo, ciência, juventude e humor
HELENA NADER NÃO RENUNCIOU, SEGUE PRESIDENTE DA SBPC
Política científica

por | 7 jul 2016

A vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Vanderlan Bolzani, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologógico (CNPq), Hernan Chaimovich, e o professor Walter Colli, da Universidade de São Paulo (USP), respeitado cientista que já ocupou vários cargos na gestão nacional das políticas de ciência e tecnologia, acabaram de assegurar ao Ciência na rua que a presidente da SBPC, Helena Nader, não renunciou ao cargo em que tem se revelado uma das mais combativas dirigentes de uma instituição que tem fortíssima tradição na defesa da ciência e da tecnologia no país e dos valores democráticos. A SBPC foi criada em 1948 e, nos anos da ditadura militar, de 1964 a 1985, foi um dos importantes núcleos de resistência democrática do país. A renúncia foi divulgada em alguns sites e blogs, “mas não se sustenta”.

Ocorreu, de fato, um momento de grande tensão e comoção no fim da manhã de ontem, 6 de julho, na assembleia que rolava na reunião da SBPC em Porto Seguro, Bahia, quando Antonio Carlos Pavão, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), químico e respeitado divulgador de ciência, atacou Helena, ela também química, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pelas posições, segundo ele lenientes e colaborativas, que a presidente da SBPC vem tomando em relação ao novo governo e ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, resultado da junção do MCTI com o Ministério das Comunicações depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. A comunidade científica tem reagido fortemente a essa junção através da campanha pela volta do MCTI.

“Helena não se demitiu, colocou o cargo à disposição de público e, depois de uma cena muito pouco elegante, levantou e saiu da sala. Todo mundo na assembleia a seguiu, para apoiá-la sem nenhuma dúvida”, disse Chaimovich. A atitude de Pavão, prosseguiu ele, “foi pouco elegante, machista e anti-republicana”, completou”.

O presidente do CNPq, com Colli e Vanderlan informando pelo telefone que assinavam em baixo de cada palavra dele, observou que Helena Nader tem sido “uma campeã fantástica da ciência brasileira” e uma presidente da SBPC “que tem lutado pela ciência e tecnologia em todas as frentes em que pode fazer isso”.

Com vastas alas da comunidade científica sinalizando seu apoio e a diretoria da SBPC coesa, Helena deve fazer hoje um pronunciamento sobre sua permanência à frente da Sociedade.

Compartilhe:

Acompanhe nas redes

ASSINE NOSSO BOLETIM

publicidade