Não tenho mais idade pra deitar no chão e outras peripécias pra fotografar. Uso a tecnologia disponível. Esta foto, por exemplo, foi feita com uma câmera minúscula chamada GoPro, que tem uma lente super grande angular. Coloquei-a no chão voltada para cima, bem no centro das duas ruas de pedestres e disparei a foto pelo celular, já que câmera e celular se comunicam através de um aplicativo próprio da GoPro. Fácil e sem esforço! *
*Um pequeno adendo
Américo Vermelho, um fotógrafo excepcional, foi meu colega na redação carioca da excelente revista Senhor, a segunda, criada por Mino Carta (sim houve uma primeira, dos anos 1960, magnífica!), entre os distantes anos de 1983 e 1985. Ele postou a foto no Facebook, fiquei encantada e pedi para reproduzi-la no Ciência na rua. Um bom pretexto para adequar a postagem ao foco do site seria falar da tecnologia empregada para obter a belíssima imagem. Teríamos um produto estético da Tecnologia na rua, digamos assim. Perguntei se deitara no chão para obtê-la e foi aí que ele tirou um sarro, cheio de humor, sobre a passagem do tempo sobre nós, sexagenários a essa altura, ao dizer que não tem mais idade para tais peripécias ao buscar uma foto e e que usa a tecnologia disponível.
No papo via face, ele terminou me lembrando gentilmente de um breve texto que fiz para sua inscrição num projeto muito interessante. “Foi quando me inscrevi pleiteando uma bolsa – e ganhei – para um ensaio fotográfico em progresso, na Funarte nos anos 80”. Ele acrescentou várias palavras de amigo generoso, mas a informação mesmo para valer é que ali ele ganhou “a primeira bolsa do Prêmio Marc Ferrez, que hoje já deve estar pela trigésima edição”. (Mariluce Moura)