
radiografia mostra a recuperação dos pulmões da paciente
Cientistas da Austrália descobriram como o corpo humano reage para combater a infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2, de acordo com reportagem publicada na BBC Brasil. A equipe de pesquisadores de diferentes instituições de Melbourne identificou quatro células do sistema imunológico que entram em ação contra o vírus.
O caso estudado foi de uma chinesa de Wuhan, que viajou para a Austrália 11 dias antes de procurar o departamento de emergência em Melbourne, com quadro leve a moderado de covid-19. A paciente, de 47 anos, apresentou sintomas por quatro dias: letargia, dor de garganta, tosse seca, dor no peito, falta de ar e febre subjetiva. Não tinha maiores complicações prévias de saúde, não fuma, não esteve no mercado de Huanan – origem do vírus –, nem teve contato com outros casos conhecidos de covid-19. Depois de 12 dias internada, foi liberada para permanecer isolada em casa (ou onde estivesse hospedada) e, após mais dois dias, deixou de apresentar sintomas.
Antes de os sintomas melhorarem, foi detectado em sua corrente sanguínea o aumento de células secretoras de anticorpos (ASCs, na sigla em inglês), linfócitos T auxiliares foliculares (Tfh), linfócitos T CD4+e linfócitos T CD8+ ativados, imunoglobulinas M (IgM) e anticorpos IgG que se ligam ao vírus. O aumento dessas células ocorre também em pacientes se recuperando de gripe comum.
Três dias antes da paciente começar a melhorar, foram encontradas em sua corrente sanguínea células que aparecem em pacientes com gripe comum, explicou Katherine Kedzierska, uma das autoras do artigo publicado na Nature Medicine, à BBC.
A descoberta é importante para que se comece a compreender o ciclo do vírus e o processo de recuperação dos pacientes, o que pode ajudar na criação de uma vacina ou de tratamentos para pessoas já infectadas. Kadzierska explicou ainda que o próximo passo é entender porque a resposta imunológica é mais fraca em casos mais graves.
O artigo dos pesquisadores australianos foi publicado na revista Nature Medicine.



