A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Sociedade Brasileira de Física (SBF) manifestaram apoio ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a seu diretor, Ricardo Galvão, após o presidente Jair Bolsonaro ter criticado a divulgação do aumento do desmatamento na Amazônia, além de questionado – sem qualquer base científica – os dados utilizados. As declarações do presidente foram dadas na sexta-feira, 19. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Galvão classificou a atitude do presidente como “pusilânime” e “covarde”.
O manifesto da SBPC, lido na abertura de sua 71ª reunião anual, em Campo Grande, no domingo, 21, destacou que “Ricardo Galvão, é um cientista reconhecido internacionalmente, que há décadas contribui para a ciência, tecnologia e inovação do Brasil. Críticas sem fundamento a uma instituição científica, que atua há cerca de 60 anos e com amplo reconhecimento no País e no exterior, são ofensivas, inaceitáveis e lesivas ao conhecimento científico.” O documento também mencionou que “Em ciência, os dados podem ser questionados, porém sempre com argumentos científicos sólidos, e não por motivações de caráter ideológico, político ou de qualquer outra natureza.”
A dura nota da SBF, além de defender o trabalho do INPE e de seu diretor, destacou que “De fato, o desmatamento da Amazônia traz um grande prejuízo para a imagem do Brasil no exterior. No entanto este desgaste não será revertido com a omissão na divulgação de dados científicos, mas sim através de políticas de desenvolvimento sustentável para a região, que preservem a Amazônia para as futuras gerações de brasileiros. Atribuir este problema internacional à obtenção e divulgação das informações pelo INPE é como tentar curar a febre quebrando o termômetro.”