Se o mundo da diversão está dominado pelos geeks (aquele grupo que ama tecnologia, games e narrativas de heróis), então um dos caminhos para a ciência chegar ao grande público é via quadrinhos, ou HQs, como preferem os milhares de admiradores que lotam eventos como a ComicCon e a bienal do livro de São Paulo e do Rio de Janeiro. Pensando nesse público, que cresce em número e em interesses, o biólogo Luciano Queiroz ousou e, com o apoio do cartunista Marco Merlin, lançou um tirinha digital chamada Ciclos, que usa a linguagem dos quadrinhos – com desenhos feitos à mão e diálogos pendurados em balões – para contar os resultados de um artigo científico.
Quando Luciano ainda estava estava na graduação, na Universidade Federal de Goiás (UFG), desenvolvia uma pesquisa na Iniciação Científica sobre a colonização de riachos por insetos aquáticos. Os experimentos para conhecer como esses animais ocupam os cursos d’água de alguma forma levaram o pesquisador a compreender que havia uma aventura ali e que aquela história coalhada de seres estranhos, com habilidades surpreendentes, chamados de libélulas, percevejos, besouros e mosquitos, merecia ser contada.
Em entrevista do Jornal da USP, em fevereiro de 2019, o pesquisador afirmou que “as pessoas adoram o formato, compartilham, marcam amigos e comentam”. Atualmente, Queiroz é doutorando no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP) e contribui com uma plataforma chamada Dragões de Garagem. Ali, novamente em parceria com Merlin, publicam o Cientirinhas. “São tirinhas com geralmente quatro quadros e uma piada que dá o gancho para um conteúdo científico, mas que o leitor identifica como entretenimento”, disse na mesma entrevista ao Jornal da USP.
Para conhecer os projetos de Queiroz, basta clicar nos links. A atualização do Cientirinhas é semanal e, portanto, sempre em dia com as questões da ciência e da tecnologia, como essa aqui, publicada em 16 de maio último.
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