Por Vinicius Almeida
As formas de escravidão contemporânea e sua dimensão no Brasil estão no foco de atenção do jovem colunista
O valor do trabalho humano, ou melhor, seu absurdo desvalor, quando se submetem pessoas a condições forçadas e/ou degradantes de trabalho, similares às da escravidão, é o tema abordado por Vinicius Almeida, o Vinne, em seu vídeo desta semana.
Vinne traz o dado oficial do resgate, no país, de 1.443 seres humanos das condições de trabalho análogas à escravidão a que estavam forçados, somente de janeiro a julho deste ano. Isso leva o jovem estudante de economia a propor que a escravidão no Brasil nunca teve realmente fim, apenas o modo de escravizar foi se alterando a fim de se adequar aos interesses da elite brasileira.
Certamente essa é uma hipótese de trabalho polêmica e audaciosa a ser investigada por quem lembra, no começo de cada vídeo desta série para o Ciência na Rua, que “a economia é uma ciência – inexata, mas ciência”.
A indenização total paga a esses trabalhadores resgatados, em boa parte de áreas de cultura da cana-de-açúcar, permite a Vinne um cálculo sobre a média dos valores recebidos por eles individualmente e, na sequência, uma pergunta: será que R$ 4.800 remunera todo o tempo trabalhado por essas pessoas, tudo o que deixaram de receber enquanto eram forçadas a trabalhar em condições análogas à escravidão?
Vinicius Almeida, o Vinne, é estudante de ciências econômicas na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP)