Tatá explica a radioatividade
ilustração: @paozinho_celestial
Deixei muitas perguntas no último texto e espero conseguir respondê-las dessa vez.
A primeira é o que causa a radioatividade em um elemento. No mesmo texto, falei sobre os átomos com núcleos instáveis, mas o que seria exatamente um núcleo instável ficou no ar.
Sabemos que, para o átomo ser estável, os elementos do núcleo precisam estar em proporção igual. Quando isso não acontece, temos instabilidade. No núcleo dos átomos, existem prótons (carga positiva) e nêutrons (sem carga). Quando há muitos ou poucos nêutrons, o núcleo se torna instável, e o átomo se torna radioativo, como o urânio, por exemplo. Quando o átomo é instável, temos um decaimento.
Uma outra forma de explicação para o elemento se tornar radioativo é pelos isótopos, uma ideia muito semelhante ao que disse acima. Os elementos químicos podem existir de diversas formas na natureza, e o que mais conhecemos é o carbono. As variações do número de prótons e nêutrons definem os isótopos. Ficou meio confuso?
Nesse caso, não é o elemento em si que é radioativo, mas sim o seu isótopo. Vou explicar usando o carbono. O carbono-12 possui 6 prótons e 6 nêutrons no seu núcleo, concordamos que isso é uma estabilidade, né? Agora o carbono-14, poderia ser facilmente um par 7-7, não é? Mas são 6 prótons e 8 nêutrons, o que não é estável e, portanto, é radioativo.
Na radiatividade, a instabilidade do núcleo tem diversas consequências. Outra explicação para ela é a força nuclear forte. Um átomo possui o núcleo com prótons e nêutrons, e esse núcleo está envolto por uma eletrosfera. Os prótons repelem os elétrons por causa da eletrostática (cargas positivas e negativas se repelem) e para não haver colapso, existe os nêutrons, que mantém o núcleo balanceado através da força nuclear forte.
Você concorda comigo que, se não há quantidades desproporcionais de nêutrons, essa força não será suficiente para manter o equilíbrio? Temos então, um núcleo instável que emite radiação.
Outra pergunta que deixei no ar foi sobre a utilização do chumbo para revestir o caixão de Marie e os seus materiais de pesquisa.
O chumbo é um material denso e o seu alto número atômico (82) ajudam a absorver e dissipar energia das partículas e ondas radioativas. E pela grande facilidade de manuseamento, o chumbo é utilizado em equipamentos médicos, como os equipamentos de proteção individual, que servem tanto para os profissionais tanto para os pacientes, que evita receber doses desnecessárias de radiações.
Agora vem aí, a pergunta de um milhão de reais (imaginários): o que é esse negócio de decaimento radioativo de que tanto falei?
