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Mistério para Holmes

Por Thaciana de Sousa Santos

Como pode justamente um buraco negro deixar um rastro de estrelas?

Quero falar um pouquinho sobre o buraco negro em “fuga” que está deixando um rastro de estrelas. Quando fiquei sabendo até estranhei um tanto, porque nem a luz escapa do buraco negro, mas logo me veio um estralo na mente: quem está “fugindo” é o buraco negro não as estrelas. Será?

Ainda não sei responder todas as suas perguntas nem as minhas, mas tudo bem, temos bastante tempo até acabar com nossas dúvidas atuais, levantar outras e fazer novas perguntas. Então let’s go!!!!!!

Buracos negros, vamos começar por eles, que estão numa região no espaço com um campo gravitacional tão intenso que nada lhes escapa, nem mesma a luz – e olha que a luz (no vácuo) viaja a uma velocidade absurda de 300 milhões de metros por segundo! Tá bom, Tatá, mas, o que é um campo gravitacional? É uma região onde o corpo sofre a ação de uma determinada força, e lembre-se de que é um copo massivo, que não está sozinho, são dois os corpos envolvidos, um sofrendo a ação da força de atração do outro.

Eu sei que você já se perguntou o que tem dentro de um buraco negro, eu também, e também não sei. Imaginei que fosse um buraco de minhoca da vida real, porque já vimos em filmes ou séries esses negócios de realidade alternativa em que, para ligar as duas realidades ou os dois mundos em questão, a chave seria o buraco de minhoca. E como eles ainda são projeções teóricas, na minha cabeça fazia super sentido os buracos negros terem essa finalidade.

Mas, voltando para o buraco negro que está deixando um rastro: depois de minha tentativa de explicação, você deve estar sem entender por que ele não está engolindo tudo à frente. Deixando um pouco mais imaginável, pense naquele joguinho do pac-man e, pronto, estão visualizados os buracos negros.

Ora, por sua definição, era para ele estar deixando um estrago no espaço, mas não está. E aparentemente ele está com tanta pressa que nem tem tempo para fazer um lanchinho e o que está causando é – basicamente – o mesmo rastro que o flash deixa quando está correndo. Eu sei que talvez você nunca tenha visto, mas na série, para treinar, o flash corre em uma esteira e deixa um rastro, algo atrás dele, o passado.

Onde esse buraco negro passa, o gás esfria e é capaz de formar novas estrelas no fundo, o universo todo é o flash, porque corre muito rápido e nós só somos capazes de ver o passado.

Tudo é muito novo, agora eu percebi como isso soa estranho, já que que acabei de falar que, no universo, tudo é passado. Mas para nós, meros mortais, é tudo recente, então não há respostas para essa nova descoberta. Assim que tiver, volto aqui com mais detalhes.

Esse foguete intergaláctico, como é chamado, provavelmente é um resultado de várias colisões de buracos negros supermassivos no passado, mas bem passado mesmo, que se fundiram há talvez 50 milhões de anos. Loucura, né? Muito tempo.

E ele é tão grande, tão supermassivo que pode pesar cerca de 20 milhões de Sóis. E, como comentei, está tão apressadinho que poderia viajar da Terra à Lua em 14 minutos – o homem gastou 8 dias para ir e voltar da Lua. Pois é!


Thaciana de Sousa Santos, a Tatá, é estudante de graduação do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e escreve semanalmente para o Ciência na Rua

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