jornalismo, ciência, juventude e humor
Substância altamente cancerígena é detectada no ar de Salvador
Meio ambiente

por | 5 fev 2019

Antonio Moreno, Academia de Ciências da Bahia

foto na home: alterada a partir de Portal da Copa/ME (CC3.0)

Os cientistas baianos Jailson Andrade (presidente da Academia de Ciências da Bahia), Gisele Rocha e Aldenor Santos, tiveram publicado nesta quinta-feira, dia 9 de janeiro, na renomada revista científica on line Scientific Reports, do grupo Nature, um trabalho sobre a relação entre a substância química nitrobenzantrona, presente nas emissões de veículos a diesel, e o desenvolvimento de câncer em seres humanos.

“Os caminhões expelem o que talvez seja o produto químico mais carcinogênico já descoberto”, já atestava, em 1997, artigo publicado com destaque na revista New Scientist, colocando a nitrobenzantrona como a substância que produziu a maior pontuação já relatada em um teste de Ames, que é uma medida padrão do potencial causador de câncer por produtos químicos tóxicos.

Nos 20 anos seguintes vários estudos foram relatados sobre a 3-nitrobenzantrona (3-NBA) e a 2-nitrobenzantrona (2-NBA), entretanto, sem a quantificação inequívoca destes compostos no ambiente. Os cientistas baianos, segundo o artigo publicado agora pela Scientific Reports, conseguiram identificar e qualificar a presença das duas substâncias no ambiente atmosférico da cidade de Salvador, local definido para o estudo.

A 3-NBA e a 2-NBA são, de certa forma, substâncias negligenciadas e que, segundo os cientistas baianos, precisam ser consideradas em estudos ambientais e toxicológicos para o melhor entendimento dos mecanismos de incidência de câncer de pulmão na população de grandes centros urbanos.

O Estudo sobre a nitrobenzantrona em Salvador contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), Petrobrás e Marinha do Brasil.

Compartilhe:

Acompanhe nas redes

ASSINE NOSSO BOLETIM

publicidade