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UFAL busca voluntários pela internet para estudar sono dos adolescentes brasileiros

por | 1 jun 2016

Conhecer a qualidade do sono dos adolescentes brasileiros com idades entre 14 e 19 anos. Esse é o objetivo da pesquisa intitulada “Avaliação da qualidade do sono de adolescentes brasileiros: quais hábitos interferem com esta qualidade e os efeitos cognitivos do sono ruim”, realizada por pesquisadores do Laboratório de Eletrofisiologia e Metabolismo Celular, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O grupo já estudou o sono de jovens adultos e os resultados podem ser vistos em outra matéria aqui no portal.

TRIO_legendadaPara atingir os objetivos do estudo, as pesquisadoras Luciane de Souza, Adriana Ximenes da Silva e Flávia Heloísa dos Santos elaboraram um questionário e o disponibilizaram na internet em busca de voluntários. “O sono é importante para a saúde física e mental, mas os adultos têm dormido cada vez menos. Muitas vezes as consequências desse estilo de vida podem ser observadas um pouco tardiamente. Por isso, resolvemos fazer um levantamento nacional para avaliar quantas horas de sono os adolescentes brasileiros têm dormido. Nesta pesquisa necessitaremos de voluntários, isto é, adolescentes brasileiros com idades entre 14 e 19 anos, de ambos os sexos, sem complicações neurológicas e doenças psiquiátricas prévias.”, explica Luciane que é doutora na área de Psicobiologia. Ainda segundo ela, o levantamento irá contribuir para que se tenha conhecimento do quanto os adolescentes brasileiros estão dormindo e que tipo de intervenção poderá ser feita para melhorar isso.

E o que pode estar atrapalhando o sono dos adolescentes? As pesquisadoras acreditam que o crescente avanço do uso de mídias tecnológicas está estreitamente relacionado a uma diminuição abrupta da quantidade de sono desses jovens. Estudos internacionais têm indicado que os adolescentes estão dormindo entre 1,5-2horas a menos do que dormiam anos atrás. “Mas os estudos no Brasil ainda são escassos, e é necessário avaliar se o comportamento dos adolescentes brasileiros assemelha-se ao que é visto em países de primeiro mundo. Além disso, faz-se necessário aumentar o conhecimento de pais e de jovens sobre a influência do sono nos estados de humor e na cognição dos adolescentes”, reforça Luciane.

PESQUISANDOOSONO_1Sono subjetivo

No estudo realizado com pessoas na faixa etária entre 20 e 39 anos, os dados revelaram que 82% dos voluntários jovens superestimam as horas dormidas, ou seja, dizem que dormem certa quantidade de horas quando, na verdade, é menos. A pesquisa mostrou que na média geral, eles dormem 45 minutos a menos do que dizem. Além disso, cerca de 50% dormem até seis horas durante a noite, com uma proporção bem pequena, 14%, dormindo entre sete e oito horas.

Já a pesquisa com os adolescente será complementar ao que foi realizado com os adultos. Segundo a professora Luciane, porém, há diferenças que devem ser consideradas. “Esse estudo é mais enxuto porque visa à realização de um levantamento nacional do sono subjetivo dos adolescentes”, afirma.

O levantamento nacional será realizado até dezembro de 2016, podendo ser até o primeiro semestre de 2017. De acordo com as pesquisadoras serão necessários 300 adolescentes sorteados da amostra total para começar a liberar os resultados. “Até o momento 100 adolescentes responderam parte dos questionários, mas não responderam todos. Estamos criando estratégias para que eles não comecem o estudo e o deixem inacabado”, detalha Luciane de Souza.

Após o fim da pesquisa, os dados ficarão armazenados por cinco anos e serão sigilosos, não havendo possibilidade de identificação do nome dos participantes em nenhum momento. A divulgação dos resultados será feita por meio de publicações científicas focalizando o seu conteúdo geral e os resultados estatísticos. De acordo com as pesquisadoras, os resultados serão aplicados na realização de campanhas sobre o impacto da redução do sono na saúde dos adolescentes e também na organização de palestras sobre o assunto em escolas de Maceió.

Os interessados em participar da pesquisa podem acessar o questionário aqui .

 

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