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Pega se for fácil

por | 31 mar 2016

TC 10

Quando eu tinha sete anos e minha irmã Cláudia nove, fabulávamos em frente a uma TV preto e branco, movida por antena no telhado e atrações ao vivo. Tempo da nossa inocência e da improvisação televisiva. Nós duas também imaginávamos a evolução daquela tecnologia. Pensávamos que chegaria um dia de máxima evolução em que as pessoinhas da TV sairiam da tela e se sentariam no sofá ao nosso lado.

Não preciso dizer que o sofá continuou só com nós duas, pois a imaginação – notadamente a infantil – ultrapassa todas as leis e o bom senso. Mas para que uma tecnologia – qualquer que seja – se materialize são necessárias duas condições: cabeça na lua e pé no chão. Deve ter sido assim que foram criados o arco e a flecha, a cunha, o avião.

Hoje, eu e a Cláudia fazemos uso intenso e metódico das tecnologias digitais. Nossos dedos pousam em teclados físicos e virtuais. Passeamos por telonas e telinhas e já não esperamos que ninguém pule delas. Mesmo porque vai que salta um chato de galocha. O fato é que estamos nos dando muito bem com facebook, whatsapp, waze, bancos onlines. Nós e as torcidas do Flamengo, do Vitória, do Corinthians e do Internacional juntas.

Pressinto que qualquer tecnologia para ganhar o coração das massas precisa – além da cabeça na lua e o pé no chão – ser amigável. Muito fácil de usar. Por exemplo, hoje todo mundo é capaz de digitar. No passado recente, datilografia (com os dez dedos) era uma profissão. Um número considerável de mulheres sustentou filhos sendo datilógrafas. Olhe com atenção para uma máquina de escrever. Para usá-la são necessários vários passos.

Agora observe um aplicativo – os de sucesso de público -, eles dizem tudo que é preciso fazer. Normalmente, basta pressionar qualquer dedo sobre ícones com 100% de reconhecimento. Mais amigável do que isso só um abraço. Bem interessante é que essa maneira de se apresentar, essa facilidade irretocável, tendem a contagiar positivamente os futuros inventos. Quer alcançar grande público? Torne sua proposta clara para o entendimento e simples para o uso.


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Fernanda Pompeu é webcronista louca por ciência.

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