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Genética permite identificação de ossada de vítima da ditadura enterrada em Perus

Samuel Ferreira

O Grupo de Trabalho Perus – criado em 2014 para identificar as ossadas do Cemitério Dom Bosco, em São Paulo – anunciou na segunda-feira, 3, durante o I Encontro Nacional de Familiares de Desaparecidos Políticos, em Brasília, a identificação dos restos mortais do engenheiro Aluizio Palhano, sequestrado e morto pelo Estado brasileiro em 1971. É a quinta identificação desde 1990, quando foi revelada a existência da vala, e a segunda desde 2017, quando amostras das ossadas foram enviadas para um laboratório na Bósnia.

O perito Samuel Ferreira, coordenador científico da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, explicou durante o evento que o DNA nuclear é o mais importante para a identificação na genética forense, porque tem as influências do pai e da mãe. Ele contou ainda que hoje trabalha-se com 23 regiões de DNA, não 8 como há 20 anos.

No Encontro, foi entregue à família do diplomata José Jobim sua certidão de óbito retificada, em que informa que ele faleceu “em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985″. Jobim foi sequestrado e morto pelo regime militar em 1979, apareceu pendurado em uma árvore no Rio de Janeiro e, segundo a versão oficial da época, teria cometido suicídio.

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