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Estudantes criam “casa vestível” para ajudar refugiados

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Frio, chuva e longos dias de viagem com a roupa do corpo, essa é a realidade daqueles que tiveram que abandonar seu país de origem por questões políticas. Para tentar ajudar os refugiados, estudantes de design do Royal College of Art, em Londres, criaram um casaco que pode virar uma barraca ou um saco de dormir, com tamanho suficiente para comportar um adulto e uma criança.

O werable dwelling, como é chamado ou “casa vestível”, em tradução livre é feito com Tyvek, um não-tecido composto por fibras de polietileno 100% puro, sem costuras nem aditivos,  de alta densidade, durabilidade, leveza e baixa permeabilidade, para repelir a chuva. O vestuário faz parte do projeto de mestrado coordenado pelos professores Harriet Harri e Graeme Brooker, chefes do programa em Design de Interiores e Arquitetura, da instituição e contou com a participação de dez alunos com idades entre 22 e 26 anos.

Segundo Ruben van den Bossche, aluno do programa, a motivação surgiu com a preocupação de unir design e tecnologia para melhorar a situação dos refugiados, durante essa que é considerada, pela Organização das Nações Unidas (ONU), como a maior crise humanitária da Europa desde a segunda guerra mundial – mais de um milhão de refugiados chegaram à região em 2015 segundo dados da Organização Internacional para a Migração (OIM). “A falta de abrigo à prova de água e roupa impermeável é uma questão vital para as pessoas”, ressalta Bossche.

A Roupa

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Segundo Harris, os estudantes conversaram com a organização Médicos Sem Fronteiras para entender como é a viagem de um refugiado e conseguir reunir as necessidades em uma peça com três estágios de uso: roupa, saco de dormir e tenda.

A jaqueta é branca por fora, com vários bolsos e pode ser transformada em uma tenda.  Pensando nos diferentes climas enfrentados pelos refugiados durante a viagem, o forro é feito com Mylar, um tecido de poliéster usado por corredores em maratonas, com resistência térmica e proteção contra o frio. Os bolsos também são impermeáveis, ficam no interior da roupa e servem para acomodar passaportes, carteiras, fotografias, entre outros objetos pessoais.

Financiamento coletivo

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A equipe pretende distribuir a “casa vestível”, a partir de agosto deste ano, em agências do Reino Unido que ajudam refugiados. Para isso lançaram a campanha Kickstarter  de financiamento coletivo, com o objetivo de arrecadar 300 mil libras até o fim de fevereiro e produzir o primeiro lote dos casacos. A intenção da equipe é tornar o projeto auto-sustentável.

Com a finalização do protótipo Harris lembra que ainda serão realizados outros testes, mais rigorosos para melhorar a qualidade da peça e então criar uma versão de inverno e uma versão infantil.

 

Com informações do portal de notícias britânico The Independent. 

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