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Desmatamento prejudica produção de peixes na Amazônia

Áreas de pasto perto dos rios abalam a produção de pescados

Não bastasse ser responsável pela diminuição das chuvas, aumento das secas e degradação de meio ambientes (inclusive aquáticos), o desmatamento da Amazônia e a transformação dessas áreas em pasto foi associado a impactos negativos na pesca comercial.

O estudo coordenado por um pesquisador brasileiro radicado nos Estados Unidos mostrou uma queda na produtividade pesqueira em rios próximos a áreas desmatadas. Leandro Castello é professor da Faculdade de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Virginia Tech (Estados Unidos) e especialista em ecologia e conservação da pesca na Amazônia.

Pescador mostra espécie cada vez mais rara

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, em 13 de dezembro, Castello explica que a várzea, essa região plana perto dos fluxos de água têm papel fundamental no funcionamento do ecossistema. “As florestas em planícies de inundações podem fornecer estruturas que protegem os peixes e servem como habitat para insetos que são o alimento de muitas das espécies de peixes. Essas florestas também produzem plantas que fornecem comida para alguns deles”, disse ao repórter Fabio de Castro.

A equipe de Castello analisou a produtividade pesqueira por 12 anos numa região específica, com 1500 lagos, e entrevistou pescadores locais. Depois, compararam os achados com dados de satélite da Agência Espacial Norte-Americana que apontavam a presença de florestas nessa mesma região.

A ideia era descobrir se “nas áreas com florestas de várzea a produtividade da pesca é maior, se é a mesma, ou se é menor do que em áreas onde essas florestas foram devastadas”, explicou Castello. E ele mesmo responde: “Nossos resultados indicam que os lagos com florestas de várzea fornecem aos pescadores uma produtividade maior. Isso nos permite inferir que, quando as florestas são cortadas, o rendimento da pesca nesses lagos é reduzido. O desmatamento não é apenas uma questão terrestre – ele pode reduzir o número de peixes disponíveis para uma das populações mais pobres do mundo”, disse o cientista ao Estadão.

 

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