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Bicho novo na área. Ou melhor, seis bichos novos

por | 12 dez 2017

Do alto das copas das árvores para os arquivos científicos. O tamanduá-anão não é é apenas uma espécie

Do alto das copas das árvores para os arquivos científicos. O tamanduá-anão não é apenas uma espécie

A notícia podia ser só fofa, porque os animais são muito bonitinhos, mas ela é importante também. Um grupo de cientistas brasileiros, comandados pela zoóloga Flavia Miranda, descobriu seis espécies de tamanduás-anões até então desconhecidos.

Até o momento, acreditava-se que os tamanduás-anões, habitantes das florestas tropicais da região amazônica e da América Central, eram classificados como uma única espécie, chamada de Cyclopes didactylus.

Uma das sete espécies de Cyclopes

Uma das sete espécies de Cyclopes

No entanto, os trabalhos da equipe de Flávia, coordenadora da ONG Projeto Tamanduá, realizou testes genéticos e anatômicos e provou que o gênero Cyclopes se divide em pelo menos sete espécies distintas. O artigo que conta a trajetória toda foi publicado na última segunda-feira, 11 de dezembro, na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society.

Os pesquisadores analisaram 33 amostras de DNA e examinaram mais de 300 espécimes do mamífero, também batizado de tamanduaí, ou tamanduá-seda, em coleções de museus de diversos países.

“Quando inciamos as expedições, começamos a ver que eram sete espécies bem marcadas, com diferenças genéticas, morfológicas e biogeográficas. Cada uma delas ocorre em uma região distinta e cada região é separada das outras por grandes rios”, explicou Flavia Monteiro ao jornal O Estado de São Paulo.

Exame de sangue no tamanduaí

Exame de sangue no tamanduaí

E o trabalho não parou aí. Foram identificadas mais três espécies completamente novas: Cyclopes thomasi, que homenageia o naturalista britânico Oldfield Thomas – um dos papas nos estudos de tamanduá-anão -, o Cyclopes xinguensis, da bacia do rio Xingu, e o Cyclopes rufus, de Rondônia, que tem coloração avermelhada.

A equipe de Flavia dedicou os 10 últimos anos a essa pesquisa. Daqui para frente é se aprofundar nas novas espécies, classificar, sistematizar e alimentar as bases de dados com as novidades. Esses bancos de informações são fundamentais para gerar políticas de conservação dos animais. “Trabalho para uma vida inteira”, garantiu a zoóloga na entrevista ao Estado de São Paulo.

 

 

 

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